O enigmático retorno das aulas

Uma dúvida que constantemente surge nas mídias sociais, entrevistas com autoridades e nos grupos de WhatsApp é sobre o retorno das aulas. Desde o início da pandemia as instituições educacionais, sejam elas da rede municipal, estadual ou privada, tiveram que adotar práticas remotas e novas metodologias para que o ensino não parasse. A questão é que isso, atingindo os resultados esperados ou não, tem gerado cada vez mais questionamentos em relação ao retorno presencial.

As escolas tiveram que se reinventar, os alunos a criarem rotinas de estudos em casa e os pais a terem mais tempo disponível para auxiliar nas atividades. Cada um, que deseja o retorno das aulas dentro das escolas, tem os próprios anseios e necessidades. Contudo, essa retomada é muito mais complexa e pode envolver mais discussões.

Dados da última segunda-feira (27) apontam que Toledo já registrou 185 casos que envolvem pacientes positivos para a Covid-19 com faixa etária infanto-juvenil (0 até 18 anos). Isso representa 10,5% do total de casos ocorridos no município. Esse percentual é pouco ou muito? Depende do ponto de vista.

Até o momento, 54% dos pacientes na faixa etária infanto-juvenil foram assintomáticos ou oligossintomáticos (nenhum, um ou dois sintomas apenas). Enquanto que 61% apresentaram febre, seguido por tosse, dor de cabeça, coriza e dor de garganta. Até o dia 27, não foi registrado nenhum óbito infantojuvenil e dois pacientes, nesta faixa etária, necessitaram de internação em UTI.

Retomar as atividades presenciais envolve disciplina para manter o distanciamento. Algo que nem todos os adultos conseguem fazer em uma simples fila no caixa de supermercado. Como será com as crianças que são afetuosas, gostam de abraçar e beijar sem receio algum? E o correto uso das máscaras?

As autoridades e especialistas da área demonstram preocupação com o combate a Covid-19 e com efetivação do calendário letivo de 2020. O Estado criou um Comitê para dialogar sobre o retorno das aulas. Neste momento, a abordagem está voltada as discussões de qual modelo será adotado, como o híbrido ou o rodízio. Diante de tantas incertezas, a retomada as atividades presenciais ainda é apenas mais uma dúvida sem resposta concreta.

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