O famoso Plano Diretor

De acordo com o jornal Fola de São Paulo, o plano de reconstrução do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, deverá alterar de maneira significativa o mapa dosa municípios gaúchos destruídos após a passagem de um novo ciclone na semana passada. Os governos gaúcho e federal já sinalizaram a liberação de verbas para a reconstrução de casas e prédios públicos destruídos após a enxurrada, entretanto, não necessariamente onde estavam originalmente. A geografia final deverá ser bem diferente da anterior, justamente para evitar novas catástrofes no futuro.

A ideia é criar novos planos diretores para as cidades atingidas por essa tragédia natural, mas que em parte poderia ser evitada se os tais planos diretores fossem feitos de maneira mais técnica e menos política, projetando as cidades para um desenvolvimento mais ajustado sob a ótica do bom senso e do respeito ao meio ambiente. Aliás, o Plano Diretor é justamente para esse fim, entretanto, em muitas cidades brasileiras é mera peça de ficção ou de instrumento político.

Há alguns anos, em Toledo, haviam famílias morando na Sanga Panambi. Dali elas foram retiradas justamente pelo risco que corriam e ofereciam. O prefeito na época era Derli Donin, duramente criticado por uma parcela da população que não entendia a importância da remoção não apenas daquelas, mas de várias outras ao longo do leito do Rio Toledo. A ação corajosa no passado evitou várias tragédias ao longo da história, algo que infelizmente não acontece em muitos outros municípios.

Não que o Plano Diretor em Toledo seja a perfeição, até porque de uns tempos para cá algumas incoerência são facilmente perceptíveis, como a colocação de áreas residenciais e industriais lado a lado sem haver uma zona de absorção ou de passagem, prova de que o interesse político suplantou a discussão técnica. Alguns projetos aprovados recentemente na Câmara Municipal também colocam em xeque o verdadeiro propósito de um documento que norteia os rumos do crescimento de qualquer cidade mundo afora. Mas o crescimento pode ser ordenado ou ‘desengonçado’. O resultado depende de qual o objetivo com o famoso Plano Diretor.

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