O interior em evidência

Até alguns anos, via de regra o comando das principais entidades representativas no Estado do Paraná ficava em Curitiba, ocupado por pessoas de forte ligação com a capital. Aos poucos a insurgência do interior foi ficando maior diante do distanciamento que havia com as necessidades de cada região e com cada realidade, muito distinta daquilo que acontece em Curitiba e arredores. Esse ‘aborrecimento’, por assim dizer, foi motivando os profissionais do interior a se organizarem e, gradativamente, irem ocupando espaços antes inimagináveis.

O mais recente exemplo de sucesso veio com o industrial Edson José de Vasconcelos, que vai presidir a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) no quadriênio 2023-2027. À frente da chapa “Somos indústria, somos Fiep”, ele recebeu os votos de 63 sindicatos filiados à Fiep na eleição realizada nesta terça-feira (15), praticamente o dobro da chapa “União pela indústria”, encabeçada pelo também industrial Rommel Barion. No comando da entidade, Vasconcelos substituirá Carlos Valter Martins Pedro, que preside a Federação desde 2019. O mandato da nova gestão começa oficialmente em 1º de outubro.

Edson Vasconcelos nasceu e cresceu em Cascavel. Será a primeira vez na história de uma das maiores entidades representativas do Estado do Paraná que alguém do interior vai comandá-la. Uma vitória de todo o interior do estado que tem vários polos industriais bastante fortalecidos, como é o caso de Cascavel e de Toledo, onde o setor gera milhares de empregos e contribui de maneira muito impactante nas contas paranaenses.

Essa maior participação do interior é fruto não apenas da irritação natural pelo abandono em determinados momentos da história. É resultado da profissionalização cada vez mais constante, da qualidade daquilo que o interior produz, da capacidade de suas lideranças. Uma pena que esse destaque não se reflita em outras áreas, em especial de Toledo, refém de sua incapacidade em se organizar melhor a fim de retomar um espaço que vem sendo destroçado no âmbito estadual em vários níveis, mantendo a cidade refém não apenas de Cascavel, cujo destaque aumenta cada dia mais, mas também de cidades menores que sabiamente conseguiram se organizar a fim de marcar território.

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