O luto da maturidade

Toledo viveu um fim de semana de luto com a perda de dois grandes nomes de sua história. Atuando em segmentos completamente diferentes, dom Geraldo Majella e Angelo Costamilan foram importantes para o desenvolvimento não apenas de Toledo, mas de todo extremo oeste do Paraná graças aos feitos realizados ao longo do tempo.

Dom Geraldo Majella Agnelo foi o primeiro diretor de campus da Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busato (Facitol), que se transformou no campus de Toledo da Unioeste e, também, bispo diocesano de Toledo entre 1982 e 1983.

Genro do colonizador e ex-prefeito Willy Barth, Costamilan chegou a Toledo 1968 para dirigir a Maripá, a convite de Luiz Dalcanalle Filho e Diva Paim Barth. A empresa colonizou uma área de cerca de 120 mil alqueires, num dos projetos mais bem sucedidos da história do Brasil e se dedicou também, sob a gestão de Costamilan, a atividades industriais, comerciais e agropecuárias.

Qualquer morte de pessoas tão importantes chocam, mas quando é numa cidade ainda em construção, a dor parece ser ainda maior. É o luto da maturidade, afinal, Toledo ainda tem pioneiros de sua colonização vivos, mantendo viva a memória de tempos românticos. Assim foi com a morte de tantas personalidades ao longo destes 70 anos. Com o passar do tempo, esse luto vai se tornando menos penoso, pois a cidade vai envelhecendo e criando aquela dureza própria de quem já viveu muito e enfrentou duas situações. Vai fortalecendo a alma ao perder tantos cidadãos e cidadãs importantes.

Não que as perdas deixem de ser sentidas. Longe disso!  Seguirão sendo sentidas, ainda mais quando pessoas do calibre de dom Geraldo Majella e de Angelo Costamilan deixam este universo. Elas apenas passarão a ser menos traumáticas, pois as cidades não deixam de ser o reflexo das pessoas que nelas vivem. Quanto mais o tempo passa, mais ensinamentos vão sendo aprendidos e lições deixadas pelo caminho, moldando a história, formando o caráter e o futuro. No caso de Toledo, uma cidade que ainda convive com seus pioneiros, essa história ainda é muito nova e, assim como as crianças, a cidade hoje chora de maneira intensa a perda de mais duas grandes personalidades que lhe ajudaram tanto a crescer e se desenvolver.

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