O movimento das academias

Pelos quarto dia consecutivo representantes de academias protestaram em frente ao prédio da Prefeitura de Toledo contra o Decreto que fechou, entre outras coisas, o setor como um todo. Compreensível a revolta, afinal, muitos dos que lá estiveram possuem como único modo de renda o trabalho desenvolvido nestes locais. Todavia, não são apenas as academias impactadas pelas medidas tomadas em mais uma tentativa de frear o avanço dos casos do novo coronavírus (Covid-19) em Toledo, cujos números começam a ficar cada dia mais preocupantes.

O que não se pode confundir é a liberdade de expressão e de protesto com falar qualquer coisa sem a devida responsabilidade ou a exata verificação dos fatos, como tem acontecido com frequência. Além disso, o movimento – legítimo, reforce-se – precisa tomar cuidado para não se transformar num palanque eleitoral, como também está acontecendo, com alguns pré-candidatos a vereador e um ou outro vereador aproveitando de um assunto sensível e crítico para fazer palanque eleitoral. Mais ou menos como tem acontecido com alguns pré-candidatos a prefeito que insistem em resgatar tópicos exaustivamente já explicados e outros sendo resolvidos, mas ignorados diante da conveniência demagógica de uma pré-campanha que se aproxima.

Certamente as medidas adotadas pela Prefeitura de Toledo não se tratam de perseguição a este ou aquele setor, a esta ou aquela pessoa. A pressão é até certo ponto compreensível, justificável, entretanto, nesse momento infelizmente o gestor público não pode pensar apenas num setor. É preciso uma visão mais ampla e pensar na cidade como um todo. Alguns argumentos apresentados são tão rasos quanto acreditar que nada acontecerá e que o melhor é todo mundo pegar logo essa doença, como aliás defendem algumas ‘lideranças’ da cidade, as quais não precisam administrar um sistema público de saúde completamente ignorado ao longo dos anos, inclusive pelos governos Estadual e Federal.

Há outros setores bem mais prejudicados com as medidas adotadas, como casas de espetáculo, cinemas, entre outros de diversão que sequer tem previsão para retorno das atividades, mesmo com restrições. O momento é de serenidade, de diálogo e, acima de tudo, de respeito ao coletivo e não ao próprio umbigo.

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