Os excessos

Nesta época do ano é comum as festas de confraternização nas organizações, nas famílias, entre amigos…É comum também os excessos, seja no consumo de álcool, nas brincadeiras, na velocidade acima do permitido numa viagem, na ingestão de alimentos, na exposição ao sol em busca da ‘marquinha’ desejada, nos comentários maldosos pela informalidade do ambiente e do período festivo, enfim, parece que o cidadão pode fazer aquilo que pensa, quando e como imagina.

Não deveria ser assim, afinal, se vivemos em sociedade é porque estamos sujeitos a regras de convivência, algumas flexibilizadas diante da modernidade que nos bate à porta. Mas ainda assim existem regras e estas precisam ser seguidas. E muitas destas regras não estão escritas nos manuais de comportamento ou nos contratos, mas são atitudes que ajudam a formar um código de conduta, uma espécie de manual social onde todos podem se divertir, entretanto, dentro de um limite.

Até porque ninguém precisa ficar aguentando determinadas brincadeiras com a desculpa de que ‘bebi umas a mais’ ou então porque ‘estamos num ambiente informal’. Também não serve como desculpa apela aos laços familiares para falar ou agir como se não houvesse amanhã ou outras pessoas por perto.

Há que se ressaltar ainda a dificuldade de quem enfrenta problemas sérios, como alcoolistas, por exemplo, atingidos de todos os lados por verdadeiros ‘torpedos’ encontrados com a maior facilidade em qualquer confraternização. E as pessoas com sérios problemas alimentares? Sofrem da mesma maneira, mas como é fim de ano tudo não passa de ‘frescura’ não é mesmo?

Pior que no pós-pandemia que estamos nos acostumando, algumas pessoas parecem ter não mais se dado conta que ainda vivemos numa sociedade e que, por mais bagunçada que a brasileira possa ser, ainda assim é preciso respeito ao direito do outro em não querer beber, comer ou participar de alguma atividade ou brincadeira, assim como também ninguém é obrigado a aceitar todo e qualquer comentário ofensivo só porque é Natal. Os excessos precisam ser combatidos sempre e em todo lugar, sob pena de seguirmos mantendo uma cultura não apenas permissiva, mas também ofensiva.

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