Os municípios em crise
Campanha eleitoral é um período nebuloso, onde promessas são feitas aos montes com um único objetivo: vencer! Assim é em todas as esferas do poder público no Brasil, pois não existe um mecanismo de controle para punir quem eventualmente age de maneira contrária àquilo que prega durante os cada vez mais acirrados embates eleitorais. Milhares de prefeitos pelo país estão sentindo na pele essa dura realidade com a queda acentuada do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), conforme alerta do Partido Progressistas, que reuniu sua bancada em Brasília para tentar encontrar uma solução.
O alerta dado pelo deputado federal Dilceu Sperafico é gravíssimo, afinal, mais da metade dos municípios brasileiros tiveram queda no repasse do valor, mesmo com recordes históricos de arrecadação por parte do Governo Federal. Ainda de acordo com o deputado, se nada for feito, na próxima semana milhares de prefeitos deverão entrar em greve, algo inédito neste país tropical, mas que de certa forma não deixa de ser engraçado.
Engraçado porque um dos grandes motivos para essa situação é o desequilíbrio nas contas públicas e a subserviência cada vez maior das benesses do governo que também não tem mais dinheiro para fechar as contas. Torneiras abertas demais com água de menos. Prefeitos que vão a Brasília reverenciar um governo que aumentou preços com a promessa – olha ela de novo – em retomar investimentos. Governo que promove uma reforma tributária com a promessa – ih, de novo – em reduzir o peso dos impostos, mas que deverá ficar no mínimo igual ou até maior daquilo que hoje aí está.
Prefeitos que não sabem mais o que fazer porque, em sua maioria, não se preocuparam em melhorar infraestrutura, realizar um planejamento, atrair investimentos. Ficaram à mercê do pires na mão e das migalhas que Brasília adora distribuir. Agora ameaçam uma greve, o que não deixaria de ser ainda mais engraçado, Mas ainda bem que vivemos momentos assim, pois demonstra ainda existir a democracia, por pior que ela esteja.