Pacotes

O governo federal aprovou um plano de ações para estimular o desenvolvimento do setor industrial brasileiro. Chamado Nova Indústria Brasil (NIB), o plano tem, como centro, metas e ações que, até 2033, pretendem estimular o desenvolvimento do país por meio de estímulos à inovação e à sustentabilidade em áreas estratégicas para investimento. A nova política prevê o uso de recursos públicos para atrair investimentos privados. Entre as medidas, a criação de linhas de crédito especiais; subvenções; ações regulatórias e de propriedade intelectual, bem como uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local, para estimular o setor produtivo em favor do desenvolvimento do país.

Esse é o discurso. A prática nem sempre promete ser tão doce. Ainda mais num país como o Brasil onde o mesmo governo que anuncia um pacote de R$ 300 bilhões ao setor industrial fecha o ano com um déficit muito próximo desse valor. Ou seja, na prática é apenas mais um entre os tantos pacotes anunciados de tempos em tempos são anunciados com toda pompa e circunstância que a ocasião merece, mas que na prática nem sempre se concretiza.

Esse ‘pacotão’ de benefícios à indústria soa até como contrassenso diante do aumento de impostos e da briga para não manter mais a desoneração da folha de pagamento, por exemplo. Também não se escuta falar absolutamente nada sobre a redução do peso do Estado sobre o cidadão e, consequentemente, sobre a indústria que não precisaria de um centavo de ajuda se houvesse no Brasil uma política fiscal mais justa e equilibrada. Se não houvesse tanto imposto, taxas, multas, juros abusivos e por aí vai.

Lançar um pacote sem dizer de onde vai sair o dinheiro é igual as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma falácia sem fim criada por estes grupo que voltou ao poder e recriou o PAC, agora em sua terceira fase, sendo que há obras ainda da fase um que sequer foram concluídas, num jogo de empurra sem fim, assim como também parece ser sem fim o saco sem fundo do dinheiro público.

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