Pesquisas?
A cada nova divulgação de alguma pesquisa nesta reta final da eleição presidencial os dois lados da trincheira se inquietam. Também pudera, no primeiro turno quase todos os levantamentos apontavam para um fim rápido, indolor, sem a necessidade de novo embate. Na prática o resultado foi completamente contrário ao pensamento coletivo. Explicações não faltaram para tentar justificar uma mudança tão brusca no comportamento do eleitor, porém, nenhuma delas consegue explicar o inexplicável, até porque qualquer pesquisa – séria, é claro – representa o recorte do momento e não o tiro certeiro. É mais ou menos como a previsão do tempo.
O maior problema das pesquisas no Brasil é que simplesmente não se pode confiar nelas. Não se trata da defesa deste ou daquele lado, até porque os números são tão distintos entre os mais variados institutos que qualquer resultado se torna imprevisível. Pesquisa eleitoral virou um negócio. Só isso! A ponto de resultados serem maquiados de acordo com os interesses do cliente. E nem é preciso ir longe demais para averiguar isso, afinal, na última eleição municipal em Toledo determinados candidatos usaram e abusaram de ‘números mágicos’ que se tornaram poeira na realidade das urnas. Só que o estrago já tinha sido feito graças ao efeito moral das pesquisas sobre o eleitorado tupiniquim que prefere votar no ‘efeito manada’ e não ‘perder’ o voto a usá-lo se forma consciente e votar de acordo com sua consciência.
Na antevéspera da eleição os ânimos se acirram ainda mais e hoje é impossível apontar com certeza absoluta qual será o resultado das urnas. A única certeza é que, passada a tempestade eleitoral, será preciso a vencedores e vencidos descerem do palanque eleitoral e a sociedade brasileira como um todo fazer uma profunda análise sobre os reais motivos para a nação descer a um nível tão profundo na má qualidade do debate político/eleitoral.
As pesquisas são apenas um dos problemas que precisam ser resolvidos com urgência, porém, não se pode depositar apenas nos ombros dos ‘institutos’ as mazelas de uma eleição nivelada pelo subsolo.