Está agendada para esta sexta-feira (18), na Câmara Municipal de Toledo, uma audiência pública para debater sobre a implantação – ou não – de uma semana destinada a combater a homofobia contra o público LGBTQI+. Uma polêmica desnecessária porque não se trata de um projeto de lei ou da implantação de algum projeto em determinado setor da atual gestão municipal. Trata-se da iniciativa do vereador Juliano Alves (PT) prevista dentro dos trâmites internos do Legislativo.
Evidente que quando se trata de qualquer assunto relacionado a este público quase sempre se cria polêmica. Mas as audiências públicas são feitas justamente para se ouvir a população e, por um lado, é ótimo quando um assunto promove o debate, tirando as pessoas de sua zona de conforto no aspecto da participação social. Guardadas as proporções, é quase o mesmo que aconteceu agora com a eleição presidencial. Pena que esta comoção não se verifica em outras oportunidades e assuntos mais importantes são deixados de lado pela conivência coletiva.
No caso desta semana, talvez o assunto sequer seja discutido dentro da Câmara. Vai depender do que será debatido na noite de hoje a partir das 18h, diante de um plenário que promete estar lotado por simpatizantes do movimento e quem pensa o contrário. Viva a democracia!
Mas mesmo que vá a votação, ainda assim é para isso que lá estão os 19 escolhidos pela população para representá-la. Lá estão para votar estes e outros assuntos que mexem com a vida das pessoas. Lá estão para bem representar a maioria e não apenas seus próprios interesses ou de determinados grupos que defendem. Lá estão sendo pagos com o dinheiro do contribuinte, sejam eles heteros ou homossexuais.
O estranho apenas é este assunto estar sendo colocado em pauta uma vez mais e num momento de extrema tensão no país pelo resultado da eleição. Talvez não seja o momento mais adequado para o debate, entretanto, sob a ótica legal não há o que se discutir. A discussão, essa sim propriamente dita, deve acontecer apenas no campo das ideias e no espaço adequado para isso que é o Legislativo.
