Políticas de Governo

Há alguns dias as principais entidades representativas do Estado do Paraná pressionam o Governo do Estado para que a proposta de concessão do pedágio saia do papel. O assunto, ajustado no fim da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, travou desde que a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República, inclusive com ameaças sobre uma mudança radical no modelo proposto pelo antecessor.

Por mais que possa soar como contrassenso entidades pedirem o retorno das cobrança das tarifas do pedágio, a lógica está no custo operacional que vem subindo desde que as cancelas foram desativas. As condições das estradas estão piorando a cada dia, os acidentes aumentando e as obras de manutenção em casos graves demoram mais do que o previsto, como se tem percebido na BR-277, único eixo de ligação com o Porto de Paranaguá e que há meses está em obras após os deslizamentos de terra desde o fim do ano passado. Pode soar estranho, entretanto, é mais barato rodar pagando pedágio que se arriscar sem o sistema.

Mas o fato principal é essa demora em definir de uma vez qual o modelo e repassar à iniciativa privada um serviço que o Estado cobra – e caro – através de taxas e impostos estaduais e federais.

A demora está porque esse é apenas mais um péssimo exemplo do quanto o país está atrasado quando se trata de gestão pública. É a velha máxima de existirem mais políticas de governantes que efetivamente políticas de Governo. Não que seja obrigação executar todo planejamento deixado pela gestão anterior, porém, em assuntos tão urgentes como é o caso do pedágio nas estradas paranaenses, seria de bom senso resolver o assunto o quanto antes. Aliás, isso já poderia ter sido resolvido na gestão anterior, que só não fez pela eleição. Outro problema tipicamente brasileiro. Bastava uma simples análise e se, estivesse tudo dentro do preceito legal, não haveria motivo para esse jogo de empurra, dando margem a inúmeras interpretações.

A questão do pedágio paranaense precisa avançar o quanto antes porque é nítido que o Estado e a União não conseguem ter o ritmo exigido pela iniciativa privada. Claro que isso não acontece apenas nas estradas, mas isso é assunto para outra análise.

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