Preocupação constante

O ano se encaminha para o final com a repetição do aumento da tensão entre índios e produtores rurais na região de Guaíra, tudo pela demora – talvez premeditada – do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em demorar para homologar a promulgação do Marco Temporal, devidamente aprovada no Congresso Nacional, mas até hoje ainda engavetada em algum lugar do Palácio do Planalto.

Essa indefinição preocupa por haver, quem sabe, movimento no sentido de estabelecer alguma nova demarcação sem os devidos preceitos legais, algo que o Marco Temporal, enfim, colocaria um ponto final. Aliás, o assunto sequer deveria ter voltado ao cenário nacional, entretanto, uma vez mais os ministros do Supremo Tribunal Federal causam alvoroço e atraem os holofotes com decisões arbitrárias e ao mesmo tempo absurdas que mais atrapalham que ajudam, ainda mais num país tão frágil quando se trata de cumprir aquilo que a lei determina.

A invasão recente dos índios nesta propriedade rural e Guaíra só não se transformou numa tragédia – ainda – porque foi feita uma verdadeira força tarefa no sentido de tentar pelo menos estabelecer o diálogo. Mas, dependendo do que possa acontecer nestes últimos dias de 2023, quem sabe o novo ano comece de maneira diferente, até porque os ânimos seguem se acirrando cada dia mais, especialmente pela política permissiva do atual governo em questões já sacramentadas ou então por decisões cujos reflexos estão levando as contas públicas à bancarrota num ritmo impossível de não se ficar preocupado.

Enquanto muitos pensam apenas em quantas ondinhas pular ou uvas comer na festa da virada, ainda há quem esteja trabalhando para defender o mais elementar dos direitos em qualquer sociedade democrática: o direito à propriedade! O próprio deputado Dilceu Sperafico espera para esta quinta-feira que o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, resolva este novo impasse em relação ao Marco Temporal e que garante a manutenção de um direito. Um direito que é dever do Estado em todas suas esferas proteger, mas que, infelizmente, não vem sendo exercido por quem é de direito.

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