Proteção à mulher

De uns tempos para cá Toledo tem registrado um aumento no número de casos de agressão contra a mulher. Embora a taxa de feminicídios ainda seja baixa quando comparada a outros municípios, ainda assim os casos de agressão, ameaças ou importunação têm aumentado. Há alguns dias também foi registrado um caso de estupro. A pergunta é: a rede atual de proteção tem funcionado? Na tragédia ocorrida na noite de segunda-feira (18), no Jardim Coopagro, poderia ter sido feito algo de diferente para evitar a morte de uma mulher no auge de sua vida?

Neste caso específico do Coopagro, que culminou na morte da servidora pública Gabrielle de Lima Rodrigues, que atuava na Escola Municipal Ecológica Professor Ari Arcassio Gossler, no Jardim Santa Maria, talvez não. Ela tinha uma medida protetiva em vigor e talvez não tenha se atentado ao risco que estava correndo ao receber em sua casa o ex-companheiro que acabou a esfaqueando de maneira brutal na frente de duas crianças, além de assassinar o ex-sogro. Aliás, muitas mulheres por medo, vergonha ou pressão acabam cedendo quando se trata de manter ou não as medidas protetivas ou pedidos de prisão contra companheiros violentos.

A maior falha no caso de Toledo foi acabar com a Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres que, apesar de uma equipe reduzida, ainda assim conseguia exercer um papel fundamental no apoio a mulheres em situação de risco, pois havia ali um atendimento especializado e humanizado, promovido por mulheres capacitadas. A junção dessa secretaria – assim como de outras – para a criação de uma Secretaria da Família tem se mostrado um equívoco por parte da gestão do prefeito Beto Lunitti. Ao menos no que se refere à proteção às mulheres.

Hoje elas perderam a referência que havia quando existia uma unidade própria, aliás, uma das poucas que existem no Paraná e que era motivo de orgulho para a cidade. Hoje a atual gestão afirma fazer este auxílio dentro das estruturas já existentes, algo que no caso de quem sofre uma agressão e se vê fragilizada nem sempre é o que se espera num momento tão delicado e muitas vezes fatal da vida.

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