Quem governa o Brasil?
Esta semana a discussão em Brasília gira em torno do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lei Orçamentária Anual (LOA), em especial nas emendas de comissão, na ordem de R$ 5,6 bilhões. Os congressistas já avisaram que farão de tudo para derrubar o veto. Na teoria quem governa é o presidente, na prática quem manda é o Congresso, isso quando os ministros do Supremo Tribunal Federal não entram no meio do jogo e alteram as regras. Talvez por isso o Brasil seja um país tão desgovernado, afinal, quem governa o Brasil?
A Constituição Federal é um deleite à poesia, afinal, lá está escrito que os poderes são independentes e harmônicos entre si. Só faltou combinar com quem ocupa os cargos nestas três esferas, porque o que menos se tem é independência, muito menos convivência harmônica. E nem precisa ir muito longe, pois no âmbito local é possível se ter uma mostra de como funcionam as coisas em outras esferas.
O desgoverno brasileiro é tamanho que prefeitos, governadores e o presidente da República que não tiverem uma base de apoio consolidada dentro do Legislativo sofre em demasia. O ex-presidente Jair Bolsonaro precisou mudar os rumos de seu governo para conseguir…governar!
Neste sentido o governador Ratinho Junior tem dado aula quando o assunto é articulação com os deputados, tendo conseguido até agora manter uma base bastante sólida e unida em torno de sua forma de administrar o Estado do Paraná. No âmbito local o prefeito Beto Lunitti surfa em mares calmos diante da margem folgada quem possui dentro da Câmara Municipal de Toledo. Já o presidente Lula, embora tenha conseguido formar uma base, esta é bem mais gelationosa e arredia com os desejos do mandatário maior. Isso que nem se entra no mérito do STF, até porque quando se trata deste universo paralelo é preciso ter muito cuidado para não ser punido, até porque, embora o Brasil diga ser uma democracia, na prática parece mais uma ditadura civil e algumas decisões recentes nos forçam a acreditar em algumas teorias da conspiração que vão, pouco a pouco, tornando-se uma triste realidade. Fruto dos desgovernos seguidos em vários níveis.