Responsabilidade acima de tudo
As cenas registradas nos últimos dias em Toledo, com grande aglomeração de pessoas em bares, lojas de conveniência e postos de combustíveis assombrou quem não vive a rotina da cidade, entretanto, não chegou a ser surpresa pelo comportamento irresponsável adotado por centenas de pessoas. Não apenas aos sábados e domingos, pois este tipo de cena tem sido comum também durante a semana, numa clara afronta às recomendações da Prefeitura de Toledo – e do bom senso – de que as pessoas permaneçam em casa quando não for necessário sair às ruas. Além disso, é nítida a desobediência à Lei Estadual que obriga o uso de máscara em ambientes públicos no Estado do Paraná.
Essa desobediência deliberada deveria ser combatida com maior rigor por parte das autoridades, pois essa atitude, frise-se, irresponsável, pode colocar em risco não apenas a saúde de quem ali estava, mas de outras centenas de pessoas que poderão ter acesso a esta turba ignara. Como se não bastasse, existe a pressão por parte dos empresários para a abertura completa do comércio local, portanto, este comportamento coloca em risco também a própria saúde financeira do município, haja vista que se o número de casos do novo coronavírus começar a aumentar muito, será necessário adotar medidas mais restritivas, como aconteceu nesta quarta-feira (20) em Imbituva, cidade de pouco mais de 30 mil habitantes na região dos Campos Gerais onde até toque de recolher foi necessário decretar diante da escalada da doença, ainda um grande mistério para os especialistas em saúde.
Responsabilidade deveria ser a palavra de ordem neste momento. Não apenas em Toledo. Mas o que se percebe é que um assunto tão delicado e técnico tem sido tratado com paixonite crônica por parte de pessoas que deveriam se posicionar como verdadeiros líderes e não chefes de torcida. A responsabilidade deveria ser a tônica nas decisões e no estabelecimento de uma política capaz de gerenciar uma crise sem precedentes na história moderna. Mas no Brasil percebe-se justamente o contrário, o que abre brechas preocupantes para esse comportamento irresponsável de quem não pensa no benefício coletivo e apenas no ego e nos desejos pessoais.