Reunião pública
Uma reunião pública marcada para esta sexta-feira (15), a partir das 18h30 na Câmara Municipal, pretende debater a fixação dos salários do prefeito, vice e secretários municipais para a próxima legislatura, conforme explicou nesta quinta-feira (14) o presidente do Legislativo, vereador Dudu Barbosa. Alguns argumentos apresentados pelo vereador são plausíveis; outros, entretanto, chegam a ser risíveis diante dos impactos que essa decisão poderia causar. Aumentar ou não o salário não impacta apenas na vida de alguns médicos, como insistem em apresentar os defensores da proposta. Essa medida impacta em toda a cidade, afinal, não são apenas os salários dos dirigentes do Executivo, mas de vários servidores e por longo período.
O agente público precisa ser bem remunerado, assim como também o funcionário na iniciativa privada. A comparação entre os dois setores, em alguns casos, chega a ser injusta, até porque na iniciativa privada é possível reduzir o quadro funcional para ajustar as contas ou, em casos mais extremos, demitir quem não está produzindo aquilo que se espera e da forma como se deseja. No serviço público, infelizmente, os bons pagam pelos ruins. Demissões são raríssimas, isso quando não acabam na Justiça e com a reintegração ao serviço público com os mesmos vencimentos.
A reunião pública desta noite soa, guardadas as devidas proporções, quase como uma espécie de Pilatos lavando as mãos sobre o destino de Jesus. Alguns vereadores estão simplesmente tirando o corpo da frente e esperando para ver como votar daqui algum tempo, desde que a proposta de um novo valor seja apresentada. A gritaria será grande, sem dúvida, porém os vereadores foram eleitos para tomarem decisões e assim devem proceder. Se é preciso fixar um novo valor, como defende o presidente da Câmara, que assim seja feito!
Ora, o que não é aceitável é usar um pretexto tão raso quanto apenas pautar o salário de uma parcela reduzidíssima de profissionais que, em geral, são remunerados muito acima da média não apenas dos servidores públicos, mas dos trabalhadores em geral. A decisão precisa ser tomada e, como bem disse o vereador Dudu Barbosa, existe o ônus e o bônus de estar vereador. Resta saber quem terá a coragem suficiente de votar aquilo que precisa ser votado e não apenas jogar para a torcida.