Riscos futuros
Uma das principais razões para inteligências artificiais terem se tornado assunto de destaque é o crescente interesse em automação e eficiência em diversos setores, desde empresas até serviços de saúde e finanças. Com o avanço da tecnologia, as empresas perceberam que a IA pode ser utilizada para otimizar processos, reduzir custos e aumentar a produtividade.
Tudo isso se tornou mais comentado com a chegada do ChatGPT, um modelo de linguagem que tem o potencial de gerar respostas humanas e processar vastas quantidades de dados linguísticos. O sistema pode ser utilizado para criar assistentes virtuais, chatbots, sistemas de recomendação personalizados e muito mais. A chamada ChatGPT-4, nova versão disponibilizada, tem a capacidade de processar vastas quantidades de dados linguísticos e gerar respostas ainda mais humanizadas.
Acontece que nos últimos dias essa tecnologia mostrou que também pode ser usada para fins não tão nobres assim, com direito a criação de imagens, textos, entre outras ações que criam a desinformação, o caos diante de não se saber o que é ou não verdade. Neste mundo cada dia mais tecnológico – e necessário – é preciso começar a pensar e criar mecanismos para tentar frear o avanço de eventos fake. Hoje o real e o virtual se confundem e o que é mentira torna-se verdade numa velocidade quase impossível de corrigir a tempo de evitar estragos.
A tecnologia é imprescindível para o avanço da humanidade, entretanto, começa a surgir o risco de, no futuro, a criatura suplantar o criador. Fatos que pareciam saídos dos mais ousados filmes de ficção começam a parecer cada dia mais próximos. Hoje já é possível não apenas sobrepor imagens, mas cria-las a partir do nada. De imagens a filmes, de textos a músicas, enfim, hoje a inteligência artificial está apenas ‘engatinhando’ e ainda existe muito campo para avançar, daí a preocupação.
Até mesmo no jornalismo, onde o pensar ainda é o maior diferencial, esse risco da perda de espaço para processos automatizados existe. O grande dilema ético é saber até que ponto está se criando algo novo ou simplesmente está se fazendo plágio de algo já pronto. O dilema para as futuras gerações não reside apenas em detectar o que é ou não verdade, mas também em determinar a autoria intelectual daquilo que está sendo executado. Riscos futuros que nem mesmo a mais alta inteligência – seja ela artificial ou não – está sendo capaz de determinar.