Às vésperas do lançamento do filme sobre a Barbie e ainda na esteira das discussões em torno de determinadas ideologias que retornaram com força total após a eleição presidencial no Brasil, é preciso reconhecer que rosa é a cor do momento. Se antes algumas pessoas não queriam ou não usavam roupas rosas por entenderem ser algo de ‘patricinha’, ‘coisa de menina’, hoje a cor voltou com tudo pelo estrondoso sucesso do filme que será lançado no Brasil no próximo dia 20.
Analisar “Barbie o Filme” sob qualquer ótica é complicado, ainda mais porque a boneca – e seu mundo particular – sempre foi taxado com algo fantasioso demais, elitista demais, sonhador demais. Mas o filme retrata uma Barbie ‘diferente’ por assim dizer e resgata uma espécie de autoestima feminina sem a preocupação de defender causa alguma, mas sim de mostrar ser possível dividir coisas de ‘meninas’ e ‘meninos’ sem ideologias embutidas.
O filme é puro entretenimento, segundo a crítica mundo afora. E que bom ser assim! O mundo preciso de um pouco de entretenimento, de paz de espírito, de harmonia e risadas soltas. Na mesma esteira chega o filme “Perdida”, produção nacional em parceria com a Disney e que também leva o espectador a um mundo mágico sem a preocupação de analisar se isso é coisa de ‘menino’ ou ‘menina’. Pura fantasia como nos ‘bons tempos’ onde não havia essa neurose em torno de assuntos que deveriam ser simples, mas que se transformaram em verdadeiras batalhas.
Qual o mal no mundo ser mais cor de rosa? Qual o mal em se sonharem fantasias? Qual o mal em não pensar em nada ou, como dizem os italianos, que mal há no dolce fa niente?
Não, não é necessário a todo momento defender uma causa, uma ideia ou um ideal. Às vezes é preciso apenas tirar um momento para sonhar, para rir, para desperdiçar o tempo com coisa alguma. Vendo um bom filme, comendo pipoca e sonhando com um mundo cor de rosa. Até porque, quando menos se espera, a cinzenta realidade faz o cidadão brasileiro despertar. Mas até lá, rosa segue sendo a cor do momento.
