Saúde azul

Elas vão as consultas médicas com periodicidade. Elas realizam os exames para prevenir doenças. Elas, geralmente, são mais zelosas em relação a saúde. E eles? Ah, com eles ainda é diferente. Ainda é preciso investir em conscientização em relação aos cuidados com saúde.

O Novembro Azul nasceu com uma missão clara: alertar sobre o câncer de próstata, uma das doenças mais prevalentes entre os homens, mas ainda pouco debatida. Criado na Austrália em 2003, o movimento rapidamente se espalhou pelo mundo, com o objetivo de incentivar os homens a realizarem exames preventivos e adotarem um cuidado mais atento à sua saúde.

No Brasil, onde o câncer de próstata é a segunda maior causa de morte entre os homens, a campanha tem ganhado cada vez mais relevância. Contudo, o desafio vai além dos laços azuis e das campanhas publicitárias.

Em 2023, o Brasil registrou mais de 70 mil novos casos de câncer de próstata, e cerca de 17 mil homens morreram devido à doença, uma média alarmante de 47 óbitos por dia, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O problema é ainda mais grave considerando que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com o diagnóstico precoce.

O câncer de próstata, em sua maioria, é assintomático nas fases iniciais. Isso significa que, frequentemente, os homens só procuram ajuda médica quando a doença já está em estágio avançado, o que diminui consideravelmente as chances de cura. O Novembro Azul, portanto, representa não apenas uma oportunidade de aumentar a visibilidade da doença, mas também de mudar um comportamento cultural profundamente enraizado, que tem contribuído para o alto número de mortes evitáveis.

Ainda há um longo caminho a percorrer. Os homens precisam entender que a prevenção é a chave para aumentar as chances de cura. O câncer de próstata, quando diagnosticado precocemente, tem altas taxas de cura, o que reforça a necessidade de mudar esse cenário de resistência.

O Novembro Azul deve ser mais do que uma campanha de conscientização durante o mês de novembro. Ele deve ser um alerta constante para que os homens se conscientizem da importância dos exames regulares, adotem hábitos saudáveis e, acima de tudo, superem o estigma que ainda existe em torno da saúde masculina. A prevenção não deve ser uma ação sazonal, mas parte integrante do autocuidado de cada homem. O diagnóstico precoce é, sem dúvida, a melhor forma de combater essa doença.

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