Segue o baile da impunidade!
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), anulou na segunda-feira (28) todas as condenações da Lava Jato contra o ex-ministro José Dirceu (PT). O sigilo do processo foi derrubado por Gilmar como fosse uma brincadeira de dominó, naquela onde se vão empilhando peças até uma hora que se empurra com o dedo e o riso vem com a queda uma peça após outra. E assim tem sido com todo o trabalho da Operação Lava-Jato conduzida pelo então juiz federal Sergio Moro.
Na prática a decisão de Gilmar Mendes faz com que o ex-condenado José Dirceu retome seus direitos políticos e deixe de ser considerado um ‘ficha suja’, a exemplo do que ocorreu com o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, num canetaço, do dia para a noite deixou de ser presidiário para voltar a comandar o país. Um país de bananas, afinal, fosse o Brasil minimamente sério decisões como essa jamais seriam tomadas e, ainda que fosse, os cidadãos teriam a decência de execrar nas urnas que agisse da forma como agiram algumas lideranças políticas e empresariais num passado nada distante.
Na decisão, Gilmar critica a “confraria formada pelo ex-juiz Sergio Moro e os procuradores de Curitiba”. Ele diz que a operação “encarava a condenação de Dirceu como objetivo a ser alcançado para alicerçar as denúncias que, em seguida, seriam oferecidas contra Luiz Inácio Lula da Silva”. Ora, não importa contra quem eram as acusações. O fato é que importa, não o autor. Fica difícil a qualquer cidadão comum compreender como pode uma pessoa ter mais poder que o próprio poder que ele ocupa, como é o caso agora de Gilmar Mendes, mas que se aplica a quase todos os atuais ministros do Supremo Tribunal Federal que insistem em tomar decisões autoritárias e pessoais sem ouvir nada, tampouco alguém.
São decisões que afetam diretamente sim a vida de milhares de brasileiros comuns, que precisam viver sob a sombra da impunidade contra os poderosos, enquanto aos ‘seres comuns’ qualquer desvio leva à punição severa, seja em casos mais graves, seja numa conta simples atrasada. Enquanto o STF e uma parcela da sociedade vive num universo paralelo, no Brasil, o baile da impunidade segue a todo vapor!