Seleção sem alma
Vini Jr está longe de ser um Pelé. Rodrygo nem de perto chega aos pés de Garrincha. Marquinhos talvez nunca esteja à altura dos Ricardos – Gomes e Rocha. Raphinha sequer seria sombra para os R’s dourados – Ronaldinho Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e Romário. E assim poderia ser feita a comparação entre os atuais jogadores da Seleção Brasileira e de tantos craques que ajudaram a escrever uma história gloriosa do futebol canarinho. Dorival Junior está muito aquém de Parreira, Zagallo ou Telê Santana, verdadeiros ‘monstros’ que tiveram a honra em dirigir uma seleção que assombrava o mundo, mesmo em suas derrotas mais doloridas.
Ainda assim, não se pode negar que os atuais ‘herdeiros’ de tamanha tradição não são jogadores tão medíocres a ponto de apresentarem um futebol pífio, como aconteceu nas duas últimas partidas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Pela primeira vez na história existe um risco real do Brasil não se classificar para a competição. E olha que esse ano serão seis vagas para a América do Sul.
Esta é uma seleção sem alma! Se o Brasil é a ‘Pátria de Chuteiras’, estes que jogam com a camisa amarela são despatriados!
Não se trata de vencer a qualquer custo, pois o Brasil sempre foi conhecido pelo seu futebol vistoso. Mesmo quando perdia a seleção era ovacionada pelo espetáculo. Não somos o país do futebol por acaso. Esta é uma tradição construída pelos pés e mãos de tantos craques que usaram com orgulho esta camisa. Muito diferente dos atuais jogadores que tratam a seleção como um jogo entre casados e solteiros do fim de semana.
Não se pode também culpar apenas o calendário ou a ganância de empresários e dos próprios jogadores em ganharem dinheiro a qualquer custo. Falta á seleção aquilo que falta à nossa sociedade: espírito de amor ao lugar onde se nasceu! A seleção é apenas mais um reflexo do que vem se transformando o país como um todo: uma terra de ninguém, onde cada um faz o que bem entende sem esperar reprimendas ou dissabores. Terminou o jogo cada um pega o jatinho e retorna ao conforto de suas mansões espalhadas pelo mundo. É mais ou menos como uma classe de abastados que faz o que quer e se enclausuram em suas mansões espalhadas Brasil afora, como fosse o país um paraíso na terra.