Sem palavras

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Primeiro ficamos sem palavras quando se ouve a notícia de uma criança ou adolescente perdido. Sendo ou não pai e mãe, as pessoas se comovem e naturalmente já pensam nos pais desse menor. E sinceramente, só quem passa por uma situação assim sabe o que é e com certeza sobra aos demais a empatia em saber que deve ser doloroso e para os que tem algum tipo de crença, orar.

Há pouco mais de 20 dias começou a ser divulgado o sumiço da jovem de Jesuítas. Sua foto e suas condições no dia do desaparecimento estavam circulando por todas as redes sociais. Ontem (6), policiais e bombeiros deram a notícia do fim não esperado por esses pais.

Nesta situação se vê vários ambientes preocupados: o núcleo familiar, a jovem, o outro jovem envolvido e as autoridades. Muitas coisas surgem de suposições e pré-conceitos do ocorrido. Depois vem os questionamentos à polícia e porque a demora de uma resposta.

Vamos pensar que a polícia faz sua parte e tem demonstrado muita eficácia e bons resultados. O fato de não divulgar informações é para que tenham um desfecho ainda mais breve e com sucesso, sem problemas com extravio de provas e tantos outros detalhes que envolvem uma boa investigação para que depois haja um bom julgamento.

Depois, a família da jovem já estava bem abalada e receber a notícia definitiva deve sim desestruturar ainda mais o emocional deles. Tem a família deste rapaz preso que também sofrerá as consequências de seus atos além dele. O melhor é evitar os famosos diz-que-me-disse e se colocar no lugar deles, afinal, como dito no início, ninguém sabe exatamente o que estão passando a não ser aqueles que já passaram por isso. E nessas horas os olhares, falatórios e os dedos apontados só prejudicam ainda mais o estado emocional desses envolvidos. Portanto mão na consciência e uma oração quem sabe, para aqueles que em Deus acreditam e que Ele possa auxiliar neste momento difícil.

E por fim a jovem, que com apenas 17 anos teve seu fim de forma trágica.

O suspeito relatou que ela fazia uso de drogas, porém a polícia não confirmou isso por aguardar resultado de exames.

Se realmente houve uso de droga de algum desses jovens envolvidos, aqui devemos ater nossas ações. Aqui há necessidade de ações mais efetivas das famílias, das escolas e do poder público para evitar que mais e mais jovens sejam encontrados nesta situação deplorável.

Especialistas afirmas que um dos principais fatores que contribuem para o uso de drogas entre adolescentes é a busca por aceitação e pertencimento. Muitos jovens experimentam substâncias como forma de se integrar a grupos sociais ou para lidar com a pressão dos colegas. Essa dinâmica é preocupante, pois muitas vezes os adolescentes não têm a maturidade emocional necessária para compreender os riscos associados ao uso de drogas. A falta de informação e a desinformação sobre os efeitos das substâncias podem levar a decisões impulsivas que têm repercussões a longo prazo.

Muitos escutam dos pais pra não usarem drogas e os pais acham que falar apenas isso é alerta. Pode não se tudo, mas já é um bom começo. Há necessidade até de instrução desses pais para que consigam explicar melhor aos seus filhos o porquê não usar drogas e não apenas ser uma fala ao vento.

Bom, há necessidade de tantas coisas né.

E quando se fala em instrução e jovens tudo volta para a educação. Afinal ela é uma ferramenta poderosa na prevenção do uso de drogas. Programas escolares que abordam a questão de forma honesta e informativa podem ajudar os adolescentes a desenvolver habilidades de resistência e a tomar decisões mais conscientes.

No Paraná os alunos tem acesso ao PROERD, programa da Polícia Militar que instrui os estudantes do ensino fundamental sobre uso de drogas e outros alertas e cuidados para que não sejam carregados para o mundo do crime.

Agora precisa ser pensado em algo além, para que essa educação e olhar atento siga para o ensino médio, com mais palestras, mais atenção e orientação aos pais.

Quem sabe assim, notícias como essa fiquem cada vez mais raras de serem dadas. Impossível? Não é. Pois essa semana mesmo demos a notícia da baixa gestacional em menores de 18 anos, ou seja, a educação e a persistência surtem resultados positivos sim.

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