Um aumento justo e desproporcional

A votação dos projetos de lei sobre o aumento dos salários, tanto dos vereadores quanto do prefeito vice e secretários municipais para a gestão 2025 a 2028 foi cercada de polêmica na sessão ordinária da Câmara Municipal de Toledo na última segunda-feira. Polêmica que já era esperada diante de um assunto que sempre rende discussões que poderiam ser evitadas caso houvesse um projeto de lei em Toledo, a exemplo do que já acontece em outras cidades, determinando que o aumento para os agentes públicos seja automático ao final de um ano, sempre baseado no índice inflacionário oficial.

No caso específico de Toledo essa lei não existe e isso gera espaço, abre uma lacuna não apenas para polêmica ou para a discussão de quem votou e como votou, mas sim abre espaço para que os agentes públicos estabeleçam índices completamente desatrelados da realidade do trabalhador normal.

Enquanto um cidadão comum luta para ter a reposição, muitas vezes apenas da inflação e ainda de maneira escalonada, os agentes públicos de Toledo queriam quase dobrar o salário para a próxima legislatura. Um desrespeito total com aquele contribuinte que paga!

Não que o aumento não seja justo. É! Entretanto precisa estar em sintonia com aquilo que o mercado exige, que a realidade apresenta. E a realidade econômica do Brasil hoje ela é difícil, como mostra a edição desta semana do JORNAL DO OESTE apontando novo aumento para o valor da cesta básica no município, de acordo com o levantamento feito pela Unioeste mês a mês.

Com base nesses dados, os nobres vereadores deveriam ter pensado um pouco melhor e apresentado um projeto de lei com índices mais, digamos, humildes em relação às necessidades e a qualidade do serviço que vem sendo prestado pelo legislativo local.

Como se não bastasse, na votação dos dois projetos ficou claro que a qualidade da votação depende de como anda a relação com o Executivo, pois o aumento ao prefeito, vice e secretários foi derrubado, enquanto dos próprios vereadores aprovado em primeiro turno por maioria. Uma demagogia completa que segue dominando o cenário político local.

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