Um ciclo que se fecha

Nesta quarta-feira (11), foi inaugurada a Central de Bioenergia de Toledo (CBT), projeto desenvolvido através de uma parceria entre a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI – Brasil), Prefeitura de Toledo e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás). A unidade foi construída em um terreno de 55,3 mil metros quadrados, doados pela Prefeitura, e conta com três biodigestores com capacidade para processar dejetos de 41 mil suínos criados por 15 produtores locais.

Esse volume é suficiente para produzir, em fase inicial, 5 mil metros cúbicos de biogás, que irão movimentar dois geradores, cada um com potência instalada de 335 kW. Também serão produzidos no local 330 metros cúbicos de biofertilizantes, que serão distribuídos para os próprios suinocultores que participam do projeto e a comunidade em geral.

A central terá duas fontes de renda: negociação de créditos de energia elétrica para uma comercializadora, na modalidade de compensação de energia para minigeração distribuída, e venda dos créditos de carbono. Além disso, vai produzir como ‘efeito cascata’, biofertilizante que poderá ser usado na agricultura fechando um ciclo completo no aspecto comercial e, claro, de proteção ao meio ambiente.

Essa unidade, que poderá ser levada a outras regiões, chega num momento crucial para o agronegócio, cada vez mais pressionado para adotar processos em consonância com as práticas de ESG – Economia, Social e Governança. O ESG é uma jornada de transformação dos negócios e envolve a construção de um mundo inclusivo, ético e ambientalmente sustentável, que garanta a qualidade de vida para todos.

Numa região como Toledo, é urgente encontrar meios de reduzir os impactos ambientais, principalmente na suinocultura. E a Central de Bioenergia promete resolver não apenas o problema com os dejetos, mas também com as carcaças de animais mortos nas propriedades rurais e que não podem seguir para comercialização. Não que apenas essa unidade vá resolver todos os problemas, entretanto, passa a ser uma referência de que, sim, é possível transformar o mundo para melhor, desde que haja tecnologia e disposição política em promover os investimentos necessários de maneira responsável e de olho nas demandas que vêm do campo.

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