Um furacão de diferenças

O mundo acompanha – perplexo – a chegada do furacão Milton aos Estados Unidos, um dos raros a atingir a categoria 5, a nota máxima dentro da escala de medida dos furacões. Ventos acima dos 200 km/h têm deixado um rastro de destruição por onde o furacão tem passado. Com inundações relâmpago, o que potencializa o grau de desespero de centenas de milhares de famílias.

Porém, dentro de alguns meses, ninguém mais se lembrará da passagem desta força abismal da natureza, haja vista a capacidade do povo estado-unidense em se reerguer. Quem tem um pouco mais de memória se lembra da devastação do furacão Katrina a Nova Orleans e o que hoje é a cidade que sofreu, mas se reergueu pela resiliência de seu povo e pela agilidade dos governos – federal e estadual – em promover as políticas públicas necessárias a fim de reconstruir o que tinha sido perdido.

Desastre semelhante aconteceu no Rio Grande do Sul, que vai demorar anos para se reerguer, de acordo com os prognósticos mais otimistas.

Vidas perdidas jamais serão recuperadas, porém, a questão de infraestrutura poderia ser melhor gerenciada. Há um furacão de diferenças na forma de encarar os desastres entre Estados Unidos e Brasil. A lista de países com ocorrências de desastres poderia ser estendida muito, assim como os bons exemplos do quanto a gestão pública tupiniquim precisa avançar para chegar próximo a um padrão de qualidade que devolva ao cidadão aquilo que ele merece diante do exagero de taxas e impostos pagos. Essa diferença abismal se reflete em muitas outras áreas, pois além e pagar caro, o troco é paupérrimo por parte do agente público.

Outros furacões passarão pelos Estados Unidos, assim como outros desastres ambientais ocorrerão no Brasil. Resta saber se o abismo entre a forma de pensar e agir seguirá sendo a mesma, até porque a natureza pode não saber diferenciar governos ou fronteiras, entretanto, a população precisa começar a compreender que existem diferenças e a alcunha de ‘país de terceiro mundo’ não se trata apenas de um apelido diminutivo, mas sim o reflexo de uma realidade de incompetência, ganância, corrupção que leva à destruição.

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