Vida que segue
Luiz Inácio Lula da Silva venceu a mais acirrada disputa eleitoral no âmbito da Presidência da República. Derrotou Jair Bolsonaro por diferença mínima, prova da polarização ideológica. Resta saber até quando, afinal, na história da política nacional alguns partidos historicamente mudam de lado de acordo com os ventos que vêm do Palácio do Planalto. Dois destes partidos já sinalizaram que estarão ao lado do PT: MDB e PSDB. Para o cidadão comum, aquele que nesta segunda-feira precisou levantar e trabalhar, pouco importa, afinal, vida que segue.
Mas é preciso fazer uma análise cautelosa do nível baixíssimo que essa disputa presidencial chegou, em especial no segundo turno, quando os embates se tornaram mais pessoais e temas delicados vieram à tona sem a menor cerimônia. Por nenhum dos lados. Análise porque a disputa atingiu até mesmo grupos de amigos, de vizinhos, de familiares que discutiram de maneira muito forte. Uma baixaria sem fim que mostrou a necessidade dessa ampla reflexão.
Reflexão para que as pessoas, enfim, desçam do palanque eleitoral e que o país possa retomar o equilíbrio. Algo difícil diante dos ânimos acirrados e da enxurrada de fake news espalhadas por pessoas ditas inteligentes, sérias, respeitadas. Pensando em termos de região, para Toledo é possível a cidade sonhar em ter dois deputados federais, haja vista a boa relação entre Elton Welter e a alta cúpula do PT. É a história de olhar o copo meio cheio.
Lula não é uma novidade, assim como o próprio PT, que tem a segunda maior bancada na Câmara Federal. Suas ideias também não são novidades e a maioria dos brasileiros quis retomá-las. Assim caminha a democracia e os mecanismos de controle aí estão para serem utilizados caso haja algum desvio aconteça, até porque o futuro presidente não terá vida fácil com o Congresso Nacional, hoje com maior tendência a fazer uma oposição bem mais severa do que a enfrentada durante os dois primeiros mandatos.
O que vai acontecer no futuro, infelizmente é impossível prever. Hoje o cenário é bastante positivo, haja vista as mudanças feitas nos últimos anos e que incentivaram o empreendedorismo no país, desafogando um pouco a pressão sobre os ombros da classe empresarial. Há outras reformas a serem feitas e é justamente essa a maior dúvida: haverá vontade política para que elas aconteçam ou o Brasil andará para trás?