A ciência é para o corpo: quem vai proteger do que importa?

Ao ver o vídeo “Use Protetor Solar” (Wear Sunscreen – texto de Mary Schmich) tive a clareza de que a ciência pode cuidar do seu corpo, porém dificilmente cuidará da sua alma. O vídeo discorre sobre os conselhos que, normalmente, pessoas com mais idade dão para os mais jovens e, quase sempre, são ignorados enquanto se é jovem para repeti-los aos jovens quando se deixa de ser. A autora reforça que o único conselho válido é “use o protetor solar” que é resultado da conquista da ciência para o benefício do corpo. Entretanto, fica a pergunta: quem vai proteger a sua alma?

A ciência tem se tornado onipresente para sustentar afirmações que se querem fazer crer verdadeiras. Muitas vezes, parece ser o novo Deus da humanidade, ainda que ciência e Deus não estejam em oposição.

A ciência trouxe muitas conquistas para a humanidade, como a (1) penicilina e todos os antibióticos derivados que nos permitem viver com mais qualidade; a descoberta da (2) estrutura do DNA que revolucionou a biologia molecular com impacto direto no surgimento de novas terapias médicas; a possibilidade realizar (3) transplantes de órgãos dando esperança de vida a muitos que estariam condenados; a conclusão do (4) sequenciamento do genoma humano que abre caminho para diagnósticos cada vez mais precisos. Enfim, estas são apenas algumas das descobertas científicas que trazem incontáveis benefícios para o corpo, sendo relevantes ao permitir que alcancemos uma longevidade média inimaginável há alguns séculos. Porém, volto a pergunta: quem vai proteger a sua alma?

A ciência, igualmente, tem as suas contradições na sua busca pela universalidade. Acompanhar um evento que se diz científico para escutar que o (1) movimento através de atividades físicas regulares é saudável para o corpo: é preciso a ciência me dizer que fazer atividade física é importante se nós somos seres de movimento? Que a (2) nutrição é essencial para a saúde e o bem-estar: quem precisa de um estudo científico para saber que se comer mal o corpo não vai bem? Que o (3) controle do estresse é indispensável e pode ser alcançado pela meditação ou pelas orações: qual é a novidade? Que as (4) substâncias tóxicas, como o álcool e as drogas, são prejudiciais para uma vida de qualidade: onde está a descoberta? Que as (5) relações positivas aumentam a longevidade: “diga-me com quem andas que eu direi quem tu eres”! Que o (6) riso espontâneo e a paixão pelo que se faz aumenta a longevidade: Uau, a ciência descobriu que encontrar o sentido daquilo que se faz, faz sentido? E, meu Deus, por fim, a ciência constatou que a (7) espiritualidade impacta na qualidade de vida e no envelhecimento: o estudo conclui que se desconhece a razão pelas quais as pessoas que tem fé e participam de alguma comunidade religiosa cuidam mais de sua saúde e são mais felizes. Não se precisa de ciência para esse sentido comum.

Não tenho nenhuma dúvida de que o rigor científico que organiza a razão permitiu que tivéssemos grandes conquistas, como na medicina, na comunicação e nos transportes. Entretanto, parece-me descabido que a ciência se queira apropriar de hábitos arraigados na história da humanidade para os quais não se necessita da sua chancela para atestar a sua validade. Entendo que em coisas fundamentais para o ser humano, como o sentido da própria existência e a sua constante busca pela transcendência, a ciência perde relevância. Como disse Madre Teresa de Calcutá “Para cada doença existem vários medicamentos e diferentes tratamentos. Mas enquanto não se oferecerem uma mão cheia de ternura e um coração generoso, disposto a amar com carinho, não acredito que alguém possa ser curado dessa terrível doença que é a falta de amor”.

Desenvolva uma rotina de espiritualidade e sentido daquilo que se faz para que o Amor, a Compaixão e a Bondade se configurem como um Protetor da sua Alma.  Enfim, a ciência sem o homem não existe, porém o homem sem a ciência existe e, inclusive, pode ser feliz!

Moacir Rauber

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