Ainda falta a metade?

Metade do ano foi. Olha-se para trás para avaliar o caminho percorrido dentro das metas estabelecidas no início do ano, sejam elas na esfera pessoal, profissional ou social. Para o ano de 2024 estabeleci uma meta pessoal de perfazer um total de 3660 minutos de remo. Ao finalizar a metade do ano vejo que cumpri com o estabelecido, deixando-me satisfeito. Entretanto, a semana seguinte se mostrou pouco produtiva. Recomecei os treinos no primeiro dia do segundo semestre e desisti. A mente que, muitas vezes, nos mente havia vencido a luta interna ao convencer-me de que era um esforço inútil. Ela acrescentava de que eu já havia provado que podia fazê-lo, por isso, para que continuar com essa atividade que exige esforço, dedicação e compromisso? Além disso, os dias nublados, o frio e a chuva eram desculpas para não realizar as atividades programadas. Passou o segundo dia e mais uma vez perdi para mim mesmo e não cumpri com o estabelecido. Cheguei ao terceiro dia e me programei para fazer 30 minutos, mas a mente reforçou toda a minha luta interna no diálogo:

– Vai ler, estudar ou fazer contatos com as pessoas. Vai ganhar a vida e não fique fazendo exercícios que não te levam a nada. Tudo em vão!

Isso depois dos cinco primeiros minutos da atividade. Parece pouco tempo, mas cinco minutos é tempo suficiente para se mudar de ideia e desistir de um projeto, de um sonho ou de uma realidade construída ao longo de meses ou de anos. No momento em que se deixa de dominar a mente pode-se jogar por terra o planejamento feito, os recursos investidos e os sonhos acalentados. Para mim, era o ladrão interior que voltava. Eu queria pensar que já havia feito mais da metade, mas a minha mente insistia em me dizer que ainda faltava a metade. Uma pequena mudança de perspectiva que nos faz ver problemas ou oportunidades.

Observar o suor que começava a se acumular na pele dos braços e na testa depois de cinco minutos, parecia dar toda a razão para a mente. Ao pensar em todo o caminho que ainda faltava para alcançar a meta confirmava o que a mente sugeria, Desista! Você não vai ganhar nada com isso… Eu procurava evitar tais pensamentos lembrando que podia não ganhar nada com a atividade, mas desistir faria eu perder muito.  Seguir na busca pela meta representava um desafio pessoal de manter a disciplina, de garantir a determinação e de mostrar a força de vontade. Porém, a mente transforma o complexo, muitas alternativas, em complicado, difícil de resolver, e cabe a nós não permitir o processo. As situações podem ser difíceis, mas se nós as olharmos entendendo a sua complexidade podemos tirar delas oportunidades. Uma remada a mais e a mente voltou a me castigar, Você mal e mal fez a metade daquilo que te programou e veja quanto sacrifício. Perguntei-me: o que fazer para dominar a mente?

A minha luta interna, assim como a atividade de remo seguia. Parar ou perder o controle da respiração seria decretar o fim da atividade. Inspirei mais profundamente e tomei consciência daquilo que queria no longo prazo. Nessa discussão interna se passaram o minuto seis, o sete e o oito. Mantinha a voga das remadas em trinta e sete repetições por minuto e resolvi que ao chegar no minuto dez subiria a voga para quarenta. Manteria a voga até o minuto vinte, momento em que subiria para quarenta e cinco remadas por minuto. No final do exercício, ainda cansado, tomei a decisão de aumentar a minha meta para 4000 minutos até o final do ano, isso porque na totalização do tempo do primeiro semestre havia feito 1980 minutos. Dessa maneira, o desafio para o segundo semestre seria igual ou superior ao primeiro, sendo suficientemente duro para ser desafiante sem, contudo, ser demasiadamente difícil para torná-lo impossível.

Ainda falta a metade ou já fiz a metade?

Moacir Rauber

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