A vida é um ECO

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Estar numa função pública como colaborador concursado é uma conquista, além de ser uma responsabilidade. A conquista se refere a que são vagas disputadas que oferecem como benefícios remuneração compatível e estabilidade na função. A responsabilidade, por sua vez, trata-se da entrega de resultados para a sociedade em forma de serviços prestados num valor maior do que aquele que ela paga para que o funcionário esteja onde está. A maioria dos colaboradores públicos cumpre com o estabelecido e está bem com isso, mas nem sempre é assim. Para uma parte dos funcionários públicos, a função se torna um castigo do qual não conseguem fugir. Sentem a falta da liberdade que outras pessoas tem ao desempenharem funções privadas, porém não conseguem abrir mão da segurança que o salário garantido ao final do mês proporciona. Com chuva, sol, vento ou tempestade a sobrevivência está garantida, porém a infelicidade os acompanha. Ainda assim, são poucos os casos de pessoas que voluntariamente deixam seus cargos públicos para ingressar na vida privada. Conheço um caso marcante de um amigo com mais de vinte anos de concurso público que desistiu do seu cargo e ingressou na vida empresarial. Muitas pessoas o criticaram. Outras apenas o escutaram. Uma frase que sempre dizia ressoa ainda hoje na minha mente:

– A vida é um Eco!

A expressão sempre vinha acompanhada de um sorriso repercutindo a visão positiva que ele tem da vida, reverberando boas vibrações a sua volta.

Ao buscar sinônimos para “eco” encontramos palavras como repercussão, ressonância ou reverberação, entre outras, exatamente o que a sua expressão produzia em mim. Por isso, pergunta-se: o que a tua presença repercute? Qual a ressonância das tuas ideias? O que reverbera das tuas intenções que se transformam em ações?

“Eco” pode ser usado como prefixo que está associado a casa, lar ou meio ambiente. O que ecoa na sua casa a transforma num lar? Os seus ecos deixam o mundo melhor?

Enfim, a decisão que ele tomou de deixar as fileiras do funcionalismo público pareceu radical, porque abriu mão de uma série de benefícios conquistados pelo seu empenho e dedicação ao trabalho por mais de vinte anos. Entretanto, a sua escolha refletia a dissociação que havia entre o que ele ecoava e como isso reverberava no ambiente em que estava. Ele não se sentia em casa. O ambiente em que estava não era o seu lar. Ele precisava de liberdade para ecoar, repercutir e reverberar entusiasmo, alegria e confiança na vida e nas possibilidades.

Contudo, os primeiros anos após deixar de ser funcionário público houve dúvidas, medo e sofrimento. As dúvidas se originavam dos comentários feitos por amigos de que havia feito uma loucura e reverberavam dentro dele gerando medo de que havia tomado uma decisão equivocada. Aparecia o sofrimento. Muitas vezes, ecoava em sua casa os gritos de angústia que reverberavam pelos cantos da sala e dos quartos nas noites de dúvidas sobre o bem estar individual e familiar. Por vezes, o meu amigo quase se dava por vencido, dando o significado do eco quando empregado como sufixo em que se sentia alguém de pouca importância, como ele se sentia, um empresariozeco.

Porém, o tempo passou e, apesar das dúvidas, a sua crença de que a vida é um eco começava a se sobrepor ao medo e ao sofrimento. O movimento contínuo e constante que realizava para transformar dúvidas em confiança, medo em coragem e sofrimento em bem estar começava a dar resultados. Era a perseverança da fé que tinha na sua crença de que a vida é um eco. Com isso, ele reverberava, repercutia e ressoava alegria, confiança e coragem por onde andava. De empresariozeco se tornou um empresário realizado com os ecos que produz. É bom estar perto do meu amigo!

Enfim, concordo com a sua visão de mundo, porque sou testemunha ocular do fenômeno de que a vida é um eco. O que você ecoa?

Moacir Rauber

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