Mentes Inovadoras: uma chuva de ideias
A pergunta foi jogada para a plateia:
– O smartphone que você tem é uma inovação? É a tecnologia uma inovação?
Boa parte das pessoas responderam que sim, que o smartphone, assim como a internet, a inteligência artificial, a realidade virtual entre outras tantas tecnologias disponíveis para os seres humanos eram uma inovação. Eu discordei. Isso aconteceu num fórum de inovação que tinha como eixo temático Crie, Conecte, Inove. A ênfase do fórum era a criação de novas soluções para ambientes de gestão e tive o prazer de participar numa oficina vivencial na qual “fizemos chover” por meio de uma atividade de grupo. Por que discordo da pergunta de que a tecnologia seja inovação? Porque acredito que todas as tecnologias que desenvolvemos e que usamos todos os dias sejam apenas o resultado de mentes inovadoras.
Recentemente li um E-book chamado Mente Inovadora que mostra que a inovação é um estado de espírito e as suas criações são apenas os resultados de algo que já esteve na mente de alguém. No livro, as pessoas trabalharam num movimento colaborativo e cooperativo com o propósito comum de entregar reflexões que possam mudar comportamentos e que tendem a produzir novas soluções. Por isso, entender que num momento em que se produz tanta informação, estamos sujeitos a sofrer de “infoxicação” revela a curadoria como inovação. Olhar para 2020 como um ano atípico e dele extrair positividade nos mostra que a imprevisibilidade continuará presente em nossas vidas e que a humildade é uma competência básica e inovativa. Isso nos leva a uma imersão em si mesmo para se encontrar a saída, uma vez que a saída é para dentro e nós somente podemos pôr para fora o que carregamos em nós. Tudo isso é inovação que muitas vezes não está no script, mas exige de nós que nos visitemos internamente para inovar externamente. Saber que as parcerias estabelecidas servem para a realização própria e a do outro nos oferece uma compaixão inovadora e nos permite compreender o sinal dos tempos como sendo um presente, o único tempo que temos, e a consciência temporal é uma inovação libertadora. Dominar a arte de articular para fazer fluir equipes e organizações é uma inovação de protagonismo dado e recebido, assim como construir um arsenal de habilidades técnicas exige uma mente inovadora aberta para se reinventar constantemente. Da mesma forma, usar o tempo, que anda mais devagar na pandemia, para reflexão num movimento de entendimento de que nós somos reflexo das ações das nossas reflexões é uma inovação reflexiva para um mundo melhor. Por fim, compreender que a existência precede a essência nos dá a oportunidade de explorar as mentes inovadoras.
Desse modo, um trabalho colaborativo numa ação cooperativa com um propósito em comum expõe mentes inovadoras. As reflexões é que são inovadoras ao estimular mudanças comportamentais que impactarão a realidade individual e coletiva por meio de novos serviços e produtos. A inovação positiva deve ser um movimento integrado e coordenado que acolhe, conecta e desenvolve pessoas que inovam com as suas ideias para um mundo melhor deixando o seu legado. Tudo o que vemos materializado um dia já esteve na mente de alguém. E quem quiser “fazer chover” em momentos difíceis precisa de ideias inovadoras que precedem um resultado inovador.
Qual é a sua ideia inovadora?
Moacir Rauber