Não alcancei as metas em 2024: e agora?

Uma vez mais o desafio das metas para o ano estava lançado e para alcançá-las o esforço deveria ser grande. Por isso, foram criadas diferentes abordagens num processo constante de analisar o mercado, entender o público consumidor e adotar estratégias que mostrem que a nossa empresa captou quais são as suas necessidades para atendê-las. Para esse fim, foram buscados informações, números e dados para ancorar as decisões tomadas. Com todo o esforço empenhado pela equipe, ao final do ano as metas não foram atingidas e erros foram identificados, fazendo com que a organização tivesse um revés financeiro preocupante. Quais foram as falhas cometidas? O que fazer com os erros? Como tratar aqueles que foram os responsáveis pelo processo?

Muito se tem falado no mundo corporativo sobre a importância de que os colaboradores tenham a liberdade de inovar e a coragem de tomar iniciativas, mesmo quando se revelem como um erro? O conselho parece bom, mas será que na prática é assim? E a abordagem é algo novo?

Comecemos sobre a prática ser nova ou não.

Nos dias de hoje, os eventos organizacionais estão repletos de palestrantes que estimulam o uso do erro como parte do processo de aprendizagem, dando a impressão de que descobriram o “ovo de colombo”. Muitas vezes citam Samuel Beckett que cunhou o jargão “falhe de novo. Falhe melhor” usando as falhas, os erros e os defeitos como estímulo para seguir na busca pelos objetivos. É essencial, porém onde está a novidade?

Ao ler um livro de Francisco de Sales de 1609, ele resgata três pontos essenciais para que se possa caminhar na estrada do desenvolvimento pessoal e espiritual, sendo eles: (1) não se surpreenda com as falhas; (2) não se perturbe com os defeitos; e (3) não desanime com os erros, porque as falhas, os defeitos e os erros irão acontecer novamente.

Indo ainda mais longe no tempo, resgato a frase “Errar é humano, permanecer no erro é diabólico” (Santo Agostinho 354 e 430) que nos alertava para isso. Na primeira parte, a frase nos leva a aceitar que o erro faz parte de nossa jornada e na segunda parte ela nos convida para aprender com o erro sob pena de nos desviarmos do caminho.

Enfim, há tempos nas diferentes correntes religiosas e filosóficas se trabalha com a inevitabilidade da falha, do defeito e do erro como parte da natureza humana em sua fraqueza consciente. Assim, enquanto lia Francisco de Sales (1609) pude fazer paralelos com as teorias de reconhecer a nossa fragilidade com a coragem de ser imperfeito (Brenné Brown, 2012); ou distinguir os nossos inimigos íntimos e a sabedoria inata como sinal de inteligência positiva (Shirzad Chamine, 2013); ou ainda registrar os sentimentos como mensageiros de nosso estado de ânimo não sendo eles nem positivos nem negativos (Marshal Rosemberg, 2006). Sales nos diz que: (1) não nos surpreendamos com as falhas, porque elas irão acontecer novamente. Assim, tenha a coragem de reconhecer a sua imperfeição porque a falha é expectável, prevista e aguardada, dado que cedo ou tarde ela acontecerá. O convite se estende a que (2) não nos perturbemos com os nossos defeitos, para que não fiquemos atordoados, desequilibrados e desorientados pelos sabotadores que nasceram conosco.  Ao contrário, frente a um defeito identificado é essencial serenar, equilibrar e estruturar uma nova maneira de agir. Por fim, somos chamados a que (3) não desanimemos com os nossos erros, porque o desânimo nos levaria a desistir, a desesperar e a nos deprimir. Por outro lado, use a informação do desânimo que diz que há uma necessidade a ser cuidada para alimentar, fomentar e a perseverar na busca por novas estratégias.

Enfim, voltando as questões iniciais sobre as estratégias que não deram os resultados, a partir de teorias antigas ou atuais: quais foram as falhas cometidas? O que fazer com os erros? Identifique falhas, defeitos e erros sem se surpreender, sem se perturbar e sem desanimar para criar uma nova estratégia e seguir no caminho da busca das metas e objetivos individuais e organizacionais.

E como tratar aqueles que foram os responsáveis pelo processo? Você decide!

Moacir Rauber

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