NATAL NÃO É FESTA… E O ANO NOVO?
O Natal passou e ficaram as marcas das festas no trabalho, com os amigos e a família. Para muitos, são sinais que podem ser medidos, como o aumento de peso, de colesterol e do nível de açúcar no sangue. São aqueles que acreditam que o período natalino é destinado para festas em que o objetivo principal é relaxar comendo em excesso, bebendo até cair ou competir para ver quem dá os melhores presentes. Basta observar as campanhas de publicidade com o foco no consumo de produtos que atendem necessidades que não existem, num movimento de estímulo a superficialidade que prevalece no período natalino. Assim, o período se transformou em festa que se estende até depois do Ano Novo. Mas por que o Natal não é festa?
O Natal como período festivo é uma celebração, ainda que, por vezes, tenha a festa como sinônimo. No Natal se celebra o nascimento de Jesus Cristo. Entenda-se que Natal vem do latim “natalis” derivada do verbo “nāscor” que significa nascer. Desse modo, seja você laico ou religioso, a partir do nascimento de Jesus somos convidados a mudar o modo de vida em que saímos do ditado “olho por olho e dente por dente” para um novo princípio: “amar ao próximo como a ti mesmo”. Mais do que isso, defende-se que devemos amar aos nossos inimigos, porque não há méritos em amar aqueles que nos amam. Entretanto, ao longo das últimas décadas o período natalino se transformou num festival de comidas, bebidas e presentes deixando de lado o sentido daquilo que originalmente representava. Houve um processo de descristianizar o Natal ao substituir celebração por festa; temperança por gula; altruísmo por inveja e competição; e decência por luxúria em que o amor, principal mandamento de quem está na origem da celebração, praticamente despareceu e quase não tem forças para nascer.
Portanto, Natal não é festa, mas uma celebração para desenvolver a capacidade de amar numa escolha diária de construção de um mundo melhor. Para isso, muitas vezes, é preciso nascer de novo ou deixar que algo novo nasça em você para que o seu ano seja novo.
O que fazer para que algo novo nasça em mim? Faça uma pausa. Ainda que você celebre com a família, brinde com os amigos e vá a uma festa, o convite do espírito natalino é que cada um reveja a sua trajetória para ser e fazer algo diferente e melhor no ano que se inicia. Desse modo, faça uma pausa, dispa-se de você ou daquilo que acredita ser. O convite é que você pare e, de modo consciente, por um momento, (1) tire da sua mente tudo aquilo que você aprendeu com os seus pais; que (2) deixe de lado o que estudou e assimilou na sua carreira acadêmica; que (3) esqueça, por um instante, tudo o que você absorveu dos amigos e das relações; por fim, por um breve espaço de tempo (4) abandone as práticas profissionais, as suas conquistas, as leituras, o conteúdo aprendido e as suas crenças para estar em contato com o Eu mais profundo. Dispa-se de todas as suas máscaras, capas e couraças e ali estará você. Não há como fazê-lo em dois, três, com amigos ou numa festa. Para percorrer esse caminho há que se fazer um momento de pausa introspectiva como um exercício consciente de autenticidade individual. Pode até doer, mas você vai ter um Ano Novo!
Enfim, se não nascer algo novo em você o Natal não existiu e o ano novo não será novo, será uma repetição. Por isso, depois de se despir de suas máscaras, capas e couraças, vista-se de amor, afeto, serenidade, tolerância, paciência, bondade, colaboração, fraternidade, respeito e alegria, deixando um novo ser nascer e que se conecte com os recursos internos que você tem. Assim, você terá vivido o Natal e o Ano Novo será Novo!
FELIZ ANO NOVO!
* Moacir Rauber, Instagram: @mjrauber, Blog: www.facetas.com.br, E-mail: mjrauber@gmail.com, Home: www.olhemaisumavez.coom.br