O que é felicidade pra você?

 Finalizávamos mais um encontro sobre comportamento na busca humana pela realização usando os recentes estudos científicos. Muitos deles apontavam os conceitos e as bases da felicidade em que constatavam os processos químicos presentes no organismo. Encontro após encontro falávamos de um autor, de um estudo e de suas aplicações nas equipes, nas organizações e para cada uma das pessoas. As discussões eram profundas com as teorias que explicavam a felicidade a partir da ciência. Porém, estava presente que a felicidade é uma busca comum do ser humano. Num determinado encontro, uma das integrantes disse que não participaria mais do grupo. Ela explicou:

– Acredito que conhecimento já temos suficiente. Agora é hora de praticar…

O choque pela saída deu lugar as suas razões que faziam sentido. Fiquei com a cabeça cheia de mais dúvidas com as perguntas: o que é ciência? O que é sentido comum? E o que é felicidade? Começava a me parecer que a felicidade estava mais próxima do sentido comum do que da ciência. A ciência pode ser entendida como o conhecimento que proporciona uma explicação para determinados fenômenos apoiada por métodos que permitem observar e experimentar, criando teorias e leis científicas. A ciência se caracteriza por ser objetiva, verificável, controlada e lógica. O sentido ou senso comum é o conhecimento presente no nosso dia a dia, transmitido de geração para geração pelas histórias, cultura e costumes. Muitas vezes, não é aceito pela ciência e tem a sua validade contestada sendo sinônimo de conhecimento vulgar, embora também tenha como sinônimos o consenso e o bom senso. A felicidade, por outro lado, é o estado de satisfação, contentamento, bem-estar e a consciência de plenitude como ser vivo que se estende no tempo. A felicidade está baseada em diferentes emoções e sentimentos sem que haja algum motivo específico.

A partir desses conceitos (limitados) parece haver uma aproximação muito maior entre felicidade e senso comum do que felicidade e ciência. A ciência é objetiva, enquanto a felicidade é subjetiva. A ciência é controlada, enquanto a felicidade nem sempre é. A ciência é lógica, enquanto a felicidade não está sujeita às suas regras. A ciência é verificável assim como a felicidade, mas esta precisa ser sentida muito mais do que medida. Portanto, a ciência pode se originar de uma construção teórica, que termina na identificação de leis, ou da observação de fenômenos cotidianos que estabeleçam padrões verificáveis, lógicos, controláveis e objetivos. A felicidade se encaixaria nesse formato de ciência? Entendo que não. Escutava o Pe. Bertrand que dizia “Toda pessoa deseja ser feliz, não apenas estar feliz agora, ou se sentir feliz, mas ser feliz…” e que o conjunto de ciências humanas, como a psicologia, a sociologia, a medicina, a economia e a educação, podem contribuir nessa busca. A felicidade é, portanto, uma busca comum a todos os seres humanos, isso igualmente é senso comum. Acrescente-se que o Ser Humano existe sem a ciência, embora a ciência sem o Ser Humano não exista. Desse modo, há uma prerrogativa implícita de que as ciências sirvam às pessoas, e que estas buscam a Felicidade, mas que a Felicidade não necessariamente precisa da ciência.

Portanto, no dia que a minha amiga falou que já temos conhecimento suficiente para entender e buscar a felicidade, inicialmente, fiquei um pouco frustrado. Em seguida fiquei maravilhado com as descobertas do dia a dia. Sem nenhuma preocupação com o rigor científico, pude constatar que as pessoas mais felizes não dependiam de que a felicidade fosse uma ciência. Elas simplesmente escolheram ser felizes. Vi jardineiros, carpinteiros, pedreiros, advogados, enfermeiros, psicólogos e engenheiros felizes. Muitos deles se beneficiavam das ciências para aumentar a sensação de felicidade, mas nenhum deles entendia a felicidade como ciência. Pude perceber que a Felicidade é Senso Comum aprendido, ensinado e praticado pelas pessoas, muitas delas conectadas com a espiritualidade.

O que é felicidade para você? Para mim, Felicidade é Senso Comum.

“Cada pessoa com o seu sonho específico de felicidade.”

Pe. Bertrand

Moacir Rauber

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