O que você tem no coração?

Naquele dia, o meu amigo teria uma reunião com o gestor de outro departamento sobre um tema comum para a organização. Um dia normal, porém, a sensação de esgotamento pela atividade que estava por vir o atingia. Ao imaginar a reunião a sua energia mudava. O ânimo se transformava em apatia, a disposição em abatimento e o entusiasmo em desinteresse. Ele o considerava uma pessoa tóxica. De todas as formas pensava, Faz parte. Lá vou eu! Talvez essa seja uma situação recorrente para muitas pessoas no ambiente organizacional, social e familiar. Quantas vezes nos encontramos com pessoas que sugam a nossa energia? O que fazer para evitar que o outro roube o seu bem estar? Há formas de fazê-lo.

Nos últimos anos a neurociência tem buscado compreender a estrutura do cérebro e o seu funcionamento, que se reflete no comportamento humano em áreas da memória, do humor e da atenção. Entende-se que a neurociência constata os fenômenos, porém não os muda. Ao analisarmos os comportamentos e os rituais ancestrais, pode-se deduzir que o remédio já existe e que ao resgatar certas práticas podemos nos reconectar com a nossa essência. Parece-me que percebemos que tanto aceleramos e nos expusemos a todo tipo de estímulo externo que nos desconectamos de nossa energia vital e espiritual. Por isso, o retorno ao essencial é uma necessidade para que nos reconectemos com aquilo que importa. O que fazer? Faça uma Pausa. Exercite a (1) empatia e a auto empatia. Igualmente, (2) explore a situação para entender o que é real. Em seguida, (3) capte se há uma oportunidade nela. (4) Mova-se pela situação para descobrir o que é importante no que está acontecendo. Por fim, (5) provoque-se para alinhar a sua intenção com as suas ações. Passos semelhantes estão presentes nos estudos de neurocientistas expressos em inúmeros livros atuais, com uma diferença de dois, três ou quatro mil anos para algumas das práticas propostas por antigas correntes filosóficas ou religiosas. Constatações a parte, antes de se reunir com alguém que você considera tóxico, indague-se: qual é a minha intenção ao reunir-me com ele? Quais são as ações que estão ao meu alcance? Não é analisar o comportamento e as ações do outro, analisar as próprias. Finalmente, ao tomar consciência da situação, desassociando a interpretação da realidade, a pessoa começa um processo de cuidado. Portanto, saber fazer as pausas é um movimento de autocuidado, assim como de cuidado com o outro. Isso muda algo? Não, porque o antipático seguirá sendo antipático, porém sabemos que é normal. De igual forma, as pessoas que pensam e agem de forma diferente vão continuar pensando e agindo diferente, contudo, aceitamos que é natural. Você consegue respeitar isso? Se sim, mais uma vez, respeite-se e cuide-se ao se preparar antes de ir à reunião. E o que fazer durante a reunião? Esteja preparado e faça o exercício de contato com o coração.

Nos ambientes em que circulamos nem sempre convivemos com pessoas agradáveis para nós. Algumas podem estar passando por momentos difíceis e outras parece que emanam uma energia que turva todo o ambiente. Em contato com tais pessoas, imediatamente a gente se põe triste ou incomodada, como no caso da reunião em questão. Por isso, antes da reunião, prepare-se. Durante a reunião, esteja preparado para contatar com a sua essência. São os chamados exercícios de contato com a realidade propostos na Inteligência Positiva ou simplesmente Mantenha Contato com o Coração (Anselm Grün). Portanto, durante a reunião no momento em que você sentir que a sua energia está mudando, faça uma Pequena Pausa. Feche os olhos por um ou dois segundos. Reconecte-se com as intenções para as quais você se preparou antes da reunião. Apoie a sua mão suavemente sobre o seu coração. Faça um movimento de contato dos dedos com o seu peito. Cuide-se. Não dê poder ao outro de determinar os teus sentimentos.

O que você tem no coração? Aí está a resposta!

Moacir Rauber

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