Os construtores de Pontes
O filme Ponte do Rio Kwai, ambientado na Segunda Guerra Mundial, é baseado no romance de Pierre Boulle e mostra um grupo de prisioneiros do exército britânico obrigados a construir uma ponte para os japoneses. Supostamente, sobre essa ponte passariam recursos bélicos estratégicos para que Japão conseguisse avançar no território indiano. Um comandante britânico, prisioneiro, é encarregado de construir a ponte. Ele envolve os seus homens, resgata-lhes o orgulho de fazer algo bem feito e consegue com que se construa a ponte sobre o Rio Kwai com alta qualidade. Porém, no transcurso da construção o coronel britânico passa a se sentir o dono da ponte, tornando-se irascível, controlador e violento. E no mundo corporativo, social e familiar como construir pontes?
Creio ser importante ter em mente o que significa ponte, que é a construção que conecta duas margens separadas por um arroio, rio ou um vale. Acrescente-se que há outros significados, como aparelho de prótese dentária; extensão para ligar as veias e artérias no corpo humano; o cavalete na música; ou o dia útil que não se trabalha entre dois feriados. Em suma, os significados de ponte têm relação com conexão, ligação, elo, vínculo, entre outros sentidos próximos. Entretanto, há um elemento essencial que antecede a ponte, o construtor de pontes. Nas pontes físicas, um governo, um município ou uma comunidade identifica um ponto que precisa ser conectado, faz um projeto e contrata o construtor de pontes que a executa, sendo remunerado para isso. Por vezes, depois de construir a ponte o construtor até se beneficia dela, mas não é o dono da ponte. Nas relações humanas o construtor de pontes observa e identifica pessoas ou organizações com competências complementares e as conecta para que juntas produzam algo que sozinhas não o fariam. O construtor de pontes nas relações pessoais, quase sempre, é alguém altruísta, generoso e visionário. Não falamos aqui dos profissionais que são remunerados para fazer as pontes, como os lobistas. Resgato aqui o construtor de pontes altruísta, que faz o que faz sem a expectativa de receber algo em troca, contribuindo naturalmente para que as pessoas e organizações se aproximem gerando algo novo e melhor. Conheço pessoas assim. Falo aqui do construtor de pontes generoso, que é bondoso ao conectar as suas conexões, deixando-as trabalharem entre si. É bom conviver com pessoas assim. Refiro-me aqui ao construtor de pontes visionário, que consegue observar e identificar pessoas e organizações que juntas são melhores contribuindo para que o mundo avance rumo ao ideal evolutivo. Admiro pessoas assim. No filme, assim como nas relações que vivemos, há pessoas que constroem as pontes, mas em seguida se apegam a elas como se fossem os seus donos. Com isso se tornam irascíveis e controladores, esquecendo-se da finalidade da ponte que é a conexão.
Por fim, nas nossas relações sociais, organizacionais e familiares é essencial a presença de construtores de pontes que sejam altruístas, generosos e visionários. São pessoas assim que constroem pontes ao usar a IMAGINAÇÃO, ao fazer o MOVIMENTO de conexão para com isso, afetar o mundo com AFETO. O mundo é melhor com pessoas construtoras de pontes que não se creem as donas da ponte.
Você é um construtor de pontes?
Moacir Rauber
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Inspirado em Evandro Badin