Qual é o caminho para a felicidade:
Empresário, Cientista ou Pescador?
O empresário observava o pescador trazendo peixes. Ele começa a dar uma aula de empreendedorismo e negócios ao pescador. Sugere um barco mais potente, redes maiores e mais pescadores para aumentar a produção. Com isso geraria mais trabalho e ganharia mais dinheiro. O pescador responde: Para quê? O empresário argumenta: se você trabalhar duro e economizar poderá comprar uma casa na praia e aproveitar a beleza da natureza… O pescador dá de ombros e responde: Eu já tenho isso! Saiu e levou suas caixas de peixes para vender, conversou com os amigos e voltou para a casa, onde encontrou a esposa e com um café na mão aproveitou o pôr do sol próximo da natureza da qual nunca havia se afastado. Qual é o teu caminho para a felicidade?
A Ciência da Felicidade nos mostra que o alinhamento de nossas buscas com nossas atividades tende a nos aproximar do caminho da felicidade. O caminho percorrido por muitos passa por estudar, trabalhar e acumular para ser feliz. Tudo certo, porém, muitas pessoas se perdem no caminho ou partem antes de chegar à meta de ter para ser feliz. Numa pesquisa apresentada no livro “Se você é tão esperto, por que não é feliz?” a felicidade aparece como a meta primeira dos entrevistados. Entretanto, a grande maioria das pessoas não é feliz, porque busca a felicidade em elementos externos. A ciência da felicidade pretende resgatar e nos ensinar a ser felizes usando a racionalidade para equilibrar as buscas com o sentido da vida. O empresário ainda está buscando no ter os elementos que o levariam para a felicidade. Ele colocou a felicidade como algo distante e esqueceu de ser feliz no caminho. O pescador foi direto ao ponto de ser feliz no caminho, porque aquilo que faz, faz sentido. Faço uma pergunta: precisamos de ciência para ser feliz? A ciência da felicidade diz que para aplicá-la e ser feliz temos que seguir alguns passos:
Agradecer: registre as atividades, as relações ou os sentimentos que proporcionaram gratidão. Porém, isso não é ciência, é senso comum com a confiança de quem tem consciência para agradecer.
Dormir: durma pelo menos oito horas. Outra vez, isso não é ciência, é senso mais do que comum vindo do autodomínio.
Alimentar-se: mantenha uma dieta equilibrada com alimentos e bebidas saudáveis. Ciência? Não, basta domínio próprio com o conhecimento dos limites do corpo e das necessidades do espírito.
Meditar: dedique um tempo para a oração ou a meditação para alinhar as intenções com as ações do dia. Onde está a ciência nessa prática? Basta a perseverança de quem se alimenta do esforço e da fé.
Usar o tempo: distribua o tempo do seu dia entre as atividades ordinárias e com as pessoas que te importam. Isso igualmente não é ciência, é senso comum ao fazer a escolha de amar para desenvolver a harmonia que nos traz a felicidade.
Enfim, para encontrar a felicidade façam esforço para pôr mais competência na confiança, mais conhecimento na competência, mais autodomínio no conhecimento, mais perseverança no autodomínio, mais sentimento na perseverança, mais harmonia no sentimento e mais afeto na harmonia. Uma frase perfeita que caberia muito bem na boca de um cientista da felicidade ou de um especialista comportamental. Entretanto, não foi nenhum deles que a disse. Foi um pescador há mais de dois mil anos que falou:
“Por isso, façam esforço para pôr mais virtude na fé, mais conhecimento na virtude, mais autodomínio no conhecimento, mais perseverança no autodomínio, mais piedade na perseverança, mais fraternidade na piedade e mais amor na fraternidade” (2Pd 1, 5-7)
Muitas vezes penso que nós somos aleijados emocionais que precisamos da bengala da ciência para dar o sentido que perdemos ao nos desconectarmos da espiritualidade de nossos ancestrais. Qual é o teu caminho para a felicidade? Cada um com a sua escolha, porém é importante lembrar de ser feliz no caminho porque a felicidade é senso comum. Não precisa ser cientista ou empresário, basta ser um pescador e escolher ser feliz no caminho.