Se tudo é transitório, tudo é circunstancial!
O rei havia comprado um diamante para fazer um anel e nele queria guardar uma mensagem especial que pudesse ajudá-lo em momentos de dificuldades. Pediu para os sábios do reino que lhe escrevessem uma mensagem pequena o suficiente que coubesse debaixo da pedra do anel e impactante o bastante para mudar sua atitude nas situações extremas. Os sábios pensaram, pesquisaram e nada conseguiram oferecer ao rei que o convencesse. O seu criado, um ancião que havia acompanhado seu pai, disse-lhe que tinha uma mensagem. Escreveu-a num bilhetinho, deu-a ao rei para colocá-la no anel, porém avisou que ele somente a deveria ler em momentos extremos. O rei aceitou. Um tempo depois, os adversários do rei o derrotaram. O rei estava sendo perseguido e chegou num beco sem saída. À sua frente, o precipício. Atrás dele, os inimigos. Lembrou-se do anel e o abriu. Encontrou o bilhetinho que dizia, “ISSO TAMBÉM PASSARÁ”. Pensou e lhe sobreveio uma serenidade inimaginável para o momento. Escutou com mais atenção e percebeu que os seus perseguidores não estavam mais em seu encalço. Com calma pode raciocinar, reorganizar os seus exércitos e reconquistou o seu reino. Ao voltar para o seu palácio foi recebido por uma multidão em festa. Estava alegre, exultante. O seu fiel criado se aproximou e disse, “É um bom momento para olhar o anel”. O rei lhe disse, “Agora sou vitorioso…”. O criado disse, “A mensagem não é somente para os momentos de desespero, é também para as vitórias”. O rei abriu o anel e leu, “ISSO TAMBÉM PASSARÁ”.
Qual é o momento que você vive? Lembre-se, ISSO TAMBÉM PASSARÁ. Tudo é circunstancial, seja no âmbito pessoal, social ou organizacional. A força da mensagem presente nas três palavras é impressionante, alertando-nos para uma das competências fundamentais para que se crie uma cultura organizacional colaborativa e cooperativa, além de se manter um bom clima: a HUMILDADE. Para isso, é essencial que as organizações desenvolvam nas pessoas a consciência de que tudo é passageiro, a começar pelo topo da hierarquia. A humildade de reconhecer que o poder derivado de uma posição ou de um cargo é circunstancial faz a diferença. Para quem detém o poder traz a consciência da relatividade e da transitoriedade da posição, inclusive da vida. Para aqueles que estão abaixo na linha de poder, estimula a que as pessoas não se inibam e exibam as suas habilidades e competências sem receio. Estar num cargo ou numa função é circunstancial e dela demandam responsabilidades, porque se nela se está, sugere-se que você seja bom para nela estar. Reconhecer-se competente e transitório revela humildade. Dessa forma, alcançar uma posição de destaque na hierarquia ou a realização com sucesso de um projeto deve criar na pessoa a satisfação natural da conquista pelo esforço, sem que isso gere o orgulho soberbo da arrogância de se acreditar superior aos demais. Tendo em mente a clareza de que tudo é circunstancial, os líderes conquistam a confiança dos seus colaboradores pelo respeito, criam a cultura da colaboração e da cooperação num clima organizacional positivo e propositivo. Desencadeia-se a criatividade das pessoas que não precisam ter medo. Os momentos de dificuldades passarão, assim como os momentos de glória.
Enfim, a humildade de reconhecer que tudo é circunstancial vai criar uma cultura sustentável com um clima organizacional que vai gerar satisfação e estimular a inovação como processos naturais oriundos da modéstia presentes na competência sem vaidade. É uma ordem natural.
E isso também passará!
Moacir Rauber