Sementes e ideias: elas precisam morrer!

Uma semente precisa morrer para que a planta possa nascer. A semente armazenada não dá frutos, porque não foi exposta ao clima para se transformar em planta. Por isso, uma semente, para que cumpra o seu papel, precisa ser exposta ao solo para germinar e transformar o seu potencial, tudo aquilo que ela poderia ser, em talento, uma planta adulta. A semente morre e a planta nasce. A planta, por sua vez, precisa ser nutrida com terra e água para que possa crescer, florescer e frutificar. Isso é bíblico.

Conversava com uma amiga que dizia sobre uma ideia original que havia tido de um produto que resolveria um problema enfrentado por muitos quando vão à praia. Ela havia encontrado uma solução para algo recorrente aos banhistas. Carregou consigo a ideia por alguns anos, até que um dia, chegando à praia, viu concretizada a ideia original que havia tido. Ficou desolada, porque o produto hoje é encontrado em todas as praias do planeta. Enquanto ela me contava lembrei de uma frase de um professor de filosofia na faculdade:

– Por mais original que seja a tua ideia esteja certo que alguém em algum lugar estará pensando como você. E mais, um deles vai colocá-la em prática…

Igualmente a uma semente, a ideia precisa morrer para que algo concreto possa nascer. A ideia que permanece na mente das pessoas não gera nada, porque não se transforma em algo real. Por isso, uma ideia, para que cumpra o seu papel, precisa ser exibida para outras pessoas e transforme o seu potencial, tudo aquilo que ela poderia ser, em talento, algo concreto a serviço da coletividade. Isso acontece com aqueles que têm ideias e as tiram do papel, porque a ideia morre e algo real surge. Numa organização, além do líder, a área de Recursos Humanos pode ser a ponte que permite que as ideias transitem do imaginário para o real. Entendo que uma organização deve desenvolver atividades que estimulem a conexão entre as pessoas para direcionar as suas habilidades e competências de forma estratégica para alcançar os resultados esperados, coletivos e individuais. É necessário que as ideias morram ao serem expostas no ambiente organizacional. Cabe a área de recursos humanos desenvolver a confiança para que os colaboradores exponham as suas ideias e as transformem em algo concreto. Para isso, é essencial que o ser humano esteja no centro do negócio de maneira integral e sustentável. É indispensável que o ego dê lugar para o eco ao transformar uma ideia em algo concreto. Com menos ego é mais fácil expor as ideias para que elas recebam críticas; para que se expandam com as contribuições; e para que se alterem com supressões, por vezes, necessárias. Assim, a ideia morre e nasce algo novo. Esse algo novo precisa ser nutrido com um ambiente de confiança. E a área de Recursos Humanos pode cumprir esse papel.

Portanto, uma semente que nasce transforma todo o seu potencial em talento, porque é da natureza de uma semente ser uma planta adulta. O primeiro passo é a morte da semente para dar lugar a planta. Depois virão ventos e tempestades. A planta vai enfrentar falta e excesso de chuva. Ainda assim, ela vai crescer, florescer e dar frutos cumprindo com o seu ciclo natural. Nós podemos ajudar nutrindo e cuidando, exatamente como podemos fazer com uma ideia. Podemos criar um ambiente apropriado na família, nas organizações e na sociedade em que as ideias sejam expostas para que se transformem em realidade.

Na sua organização, as ideias morrem para dar lugar a algo novo? A minha amiga se retraiu e não expôs a sua ideia. Alguém o fez. Certamente há muitas boas ideias nas mentes dos colaboradores que merecem morrer. Vocês conseguem aproveitá-las?

“Digo verdadeiramente que, se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas, se morrer, dará muito fruto.

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João (12:24)

Moacir Rauber

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