Você quer paz? Prepare-se para a guerra…

Chegar no local de trabalho requer mais do que saber fazer. Participar de uma família exige mais do que compartilhar o sobrenome. Manter uma relação conjugal pede mais do palavras bonitas. É essencial saber se relacionar e para isso é fundamental estar em paz e preparado para a guerra. Parece contraditório? Não é. Imagine que você terá uma reunião de trabalho em que existem diferentes pontos de vista. Não se fala aqui de certo ou de errado, mas de uma diferente visão que propõe uma solução com o mesmo objetivo. Parece cenário de guerra, mas se os que defendem ideias diferentes estão numa mesma organização o ideal é encontrar a paz. É preciso força para defender o que se acredita e muito mais para aceitar aquilo que é diferente. No Sermão da Montanha a sétima bem-aventurança fala “Bem-aventurados aqueles que trabalham pela paz, porque serão chamados filhos de Deus” vai muito além do entendimento religioso. Mais uma vez, é um convite para olhar para dentro, reconhecer as inquietudes e mover-se com a força de quem luta para manter a paz. O que é paz para você? E guerra?


O ditado do romano Flávio Vegécio Renato dizia que se você quer paz, prepare-se para a guerra em que ele acreditava que a paz vem através da força. Uma sociedade forte não seria atacada, portanto poderia desfrutar da paz. O que é guerra? Guerra é todo tipo de batalha que envolve armas ou não a partir de um conflito de interesses entre duas ou mais pessoas. A partir de seu conceito se tem a impressão de que a guerra é algo externo onde há o anseio de eliminar aquilo que se entende por inimigo. O que é paz? Ao escutar a palavra Shalom em hebreu, a paz se relaciona com o desejo de uma vida plena, próspera e bela seguindo os preceitos da verdade e da justiça. Há uma ideia predominante atual em que a paz é associada a harmonia e um equilíbrio interior que transforma o indivíduo num poço de tranquilidade. Entende-se que as ideias predominantes de guerra e paz estão incompletas ao se pensar na bem-aventurança como um convite para aqueles que trabalham pela paz. Uma guerra se inicia no interior de alguém muito antes de se transformar num evento externo, seja ele um líder político, um gerente de empresa ou um pai de família. Trabalhar pela paz igualmente está no interior de alguém muito antes de ser uma realidade externa, exigindo movimento, esforço e uma escolha deliberada. É esse trabalho pela paz que entendo ser vital levar para as organizações e para as relações. É o reconhecimento da inquietude interior que pode desencadear uma guerra, mas que é o trabalho pela paz que nos permite evoluir. Divergências? São esperadas. Diferenças? São óbvias. Diversidade? Condição natural de seres humanos que são únicos e são múltiplos. Guerra ou paz? Uma escolha a partir da inquietude individual que nos move como seres humanos.


Portanto, nas suas interações como pessoa esteja preparado para a “guerra” de ideias, mas vá com a intenção da paz de quem é criativo por natureza. Estamos na mesma organização? É unidade, não há motivo de guerra. Somos da mesma família? É um núcleo, não é um grupo de guerra. Somos um casal? É união, não estamos numa relação de guerra. O trabalho pela paz do Sermão da Montanha convida ao amor que é criativo e que reconcilia para que se possa caminhar juntos. Somos amor, trabalhemos pela paz!

Moacir Rauber
Blog: www.facetas.com.br
E-mail: mjrauber@gmail.com
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