Mauro Picini – Moda&Estilo – 16/04/2024
Unidade Mista de Pesquisa e Inovação de Toledo comemora 1 ano
UMIPI tem foco especial nas áreas de avicultura, piscicultura e suinocultura e visa facilitar a cooperação entre instituições de pesquisa, startups e empresas consolidadas
No segundo dia de Inovameat, 02 de abril, o estande do Biopark se tornou o palco de uma comemoração significativa: a celebração de um ano da instalação da Unidade Mista de Pesquisa e Inovação – UMIPI Oeste Paranaense.
Lançada no mesmo evento, em 2023, a UMIPI representa uma colaboração estratégica entre Embrapa, Biopark e Biopark Educação, marcando um compromisso conjunto com a inovação e o desenvolvimento sustentável na região Oeste do Paraná.
Com um foco especial nas áreas de avicultura, piscicultura e suinocultura, a UMIPI Oeste Paranaense visa facilitar a cooperação entre instituições de pesquisa, startups e empresas consolidadas.
Dessa forma, um de seus objetivos é promover o desenvolvimento de soluções tecnológicas que impulsionem a sustentabilidade e a competitividade na produção agropecuária da região.
Durante seu primeiro ano de existência, a UMIPI Oeste Paranaense já alcançou marcos significativos. Projetos na área de aquicultura foram mapeados, incluindo o Ordenamento Territorial da Piscicultura do Estado do Paraná, que já está em etapa avançada de desenvolvimento.
Além disso, a instalação do Laboratório Referência e Análise de Águas e Efluentes representa um avanço na capacidade de pesquisa e desenvolvimento da região. O laboratório, que fica localizado no Centro de Pesquisa do Biopark Educação, teve sua assinatura de implementação durante o Show Rural Coopavel 2024 e já está em fase de conclusão de obras.
Assim, como a cidade de Toledo foi considerada pelo 10º ano consecutivo a maior produtora de alimentos do Paraná, foram escolhidas a Embrapa Pesca e Aquicultura e a Embrapa Suínos e Aves como parceiras da UMIPI Oeste Paranaense.
O vice-presidente do Biopark Educação, Paulo Rocha, salienta sobre a rapidez e os avanços conquistados em apenas um ano de parceria. “Nós já estamos desenvolvendo pesquisas aplicadas, com o objetivo de resolver demandas da cadeia produtiva.”, exemplifica.
No mesmo sentido, o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves destaca que a implantação da UMIPI Oeste Paranaense foi inédita. “A escolha do Biopark é devido ao fato de ser um ecossistema que reúne entidades importantes e que proporciona estrutura necessária para fazer aquilo que a gente, como Centro Nacional de Pesquisa, precisa fazer, que é desenvolver tecnologia. A nossa missão é gerar soluções.”, afirma.
Já para a chefe geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem, o conceito de inovação aberta, por meio das parcerias, será essencial para o desenvolvimento. “Poderemos produzir mais com os mesmos recursos e de forma mais sustentável, promovendo o crescimento constante do Paraná. É algo desafiador, mas que faremos por meio da UMIPI”, finaliza.
Superestímulos: da frustração à ansiedade, entenda os riscos
Uso excessivo de telas compromete desenvolvimento infantil, socialização e aprendizado escolar, afirmam especialistas
Cada vez mais expostos ao uso de todos os tipos de telas, crianças e adolescentes estão sujeitos a uma hiperestimulação que pode trazer consequências imediatas e de longo prazo para o desenvolvimento cognitivo e emocional. Para a psicóloga educacional do Colégio Positivo, Karoline Keller, o uso excessivo de telas desde a primeira infância compromete ou até substitui etapas e práticas fundamentais para o ciclo de desenvolvimento da criança. “O consumo de telas por um tempo acima do recomendado tende a substituir atividades como brincar, conversas presenciais, contato físico e práticas de socialização, que são de grande importância para um desenvolvimento pleno da criança”, explica Karoline.
Complementando esse raciocínio, a coordenadora da Educação Infantil do Colégio Positivo, professora Kaline Mazur, explica que a criança que fica diante de uma tela recebe uma quantidade enorme de estímulos que dificilmente podem ser igualados por outras atividades. “É exatamente por isso que as telas criam facilmente uma dependência. Elas oferecem tantos estímulos que nenhuma outra atividade consegue competir. A produção de dopamina no cérebro de uma criança quando ela está em frente à tela atinge o ápice. Quando a criança sai da frente da tela, é difícil alcançar esse mesmo nível de dopamina em alguma outra prática. A partir daí, a criança passa a achar tudo menos interessante, fica desestimulada, com dificuldade de concentração e frequentemente ansiosa ou irritada. A tela proporciona um prazer que se torna difícil de comparar com outras atividades. Por exemplo, você convida a criança para jogar bola, e ela não quer, acha chato”, alerta Kaline.
Kaline explica ainda que esse excesso de estímulos pode gerar ansiedade e frustração na criança: “Há tanta cor, música e ação na tela que quando a criança se afasta, ela quer que o mundo real se movimente na mesma velocidade e com a mesma intensidade de estímulos quanto o mundo virtual. Por exemplo, se a criança está assistindo a um desenho e, de repente, sai da frente da televisão e encontra um móbile ou algum outro brinquedo no quarto, ela percebe que esse brinquedo não oferece a mesma quantidade de estímulos que o desenho da televisão. Essa mudança gera frustração e ansiedade. A criança ainda não é capaz de diferenciar o mundo real do digital, o que sempre resulta em expectativas irreais na cabecinha dos pequenos”.
A partir de experiências e observações no ambiente escolar, Karoline também destaca a diferença na capacidade de socialização entre crianças que fazem pouco ou nenhum contato com telas e aquelas que estão expostas a equipamentos eletrônicos com frequência. “As crianças que passam mais tempo diante das telas acabam tendo mais dificuldades em situações sociais. Elas podem não saber como lidar com seus pares, apresentando dificuldade em iniciar conversas e realizar as interações e trocas sociais tão comuns para a idade. Muitas vezes, essas crianças tornam-se mais inibidas e isoladas, o que certamente compromete sua socialização atual e, provavelmente, no futuro. Isso prejudica até mesmo sua participação em sala de aula”, alerta a psicóloga. No caso dos adolescentes, a situação se agrava ainda mais, já que muitos levam seus smartphones para a escola e se isolam dos colegas, sem demonstrar interesse pela interação.
O uso prolongado e sem limites de celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos impacta não apenas as questões emocionais como também fatores diretamente ligados ao bem-estar e à saúde. “É muito comum tomarmos conhecimento de casos nos quais crianças ou adolescentes excedem o tempo de tela, comprometendo momentos importantes de sua rotina, como o período de descanso. Por exemplo, uma criança que estuda de manhã, tem que acordar cedo para ir à escola. Se os pais não controlam o tempo que essa criança – ou adolescente – passa no celular e permitem que ela use o dispositivo até tarde, o sono e o descanso são reduzidos, resultando em prejuízos para a saúde e também para o desempenho pedagógico. A criança pode chegar à escola cansada, com sono e sem condições de render pedagogicamente o esperado para a idade. Isso sem falar na irritabilidade, que é tão comum em crianças que não dormem as horas mínimas recomendadas”, completa Karoline.
O consumo de conteúdo sob demanda, a qualquer momento e lugar, com apenas um clique, sem precisar esperar até o dia seguinte para assistir ao próximo episódio do desenho favorito, está tornando as crianças de hoje acostumadas com a realização de seus desejos num ritmo acelerado. Kaline explica que esse imediatismo, que se tornou característico das novas gerações, acaba tornando-as mais impacientes e irritadas. “A criança ainda está em processo de desenvolvimento, ainda está estabelecendo suas conexões neurais, e ela não sabe ao certo como lidar com a frustração de não conseguir imediatamente o que deseja. Isso pode levar a choros e birras quando ela não pode assistir ao desenho ou jogar no celular no exato momento em que quer. E, caso o conteúdo consumido não esteja agradando, ela já se acostumou a trocar rapidamente de conteúdo ou atração com um simples toque, até encontrar algo que a agrade novamente. Essa impaciência tem impactos negativos na formação e desenvolvimento da criança”, completa a coordenadora.
Acostumadas com telas sensíveis ao toque ou com botões que respondem a um simples pressionar, as crianças atualmente estão cada vez menos engajadas em atividades que favoreçam o desenvolvimento motor de forma plena. “Hoje em dia, tudo é touch, as crianças brincam cada vez menos com massinhas, construção de objetos, desenho e pintura, e até mesmo a escrita manual está se tornando menos comum devido ao uso de computadores e teclados digitais. Isso, sem dúvida, impacta a construção da percepção espacial e o desenvolvimento motor das crianças. Se compararmos desenhos de uma criança de 5 anos que não usa telas com os de outra criança que passa muito tempo diante delas, a diferença é evidente”, afirma Kaline.
Karoline Keller e Kaline Mazur são convidadas do 13.º episódio da temporada “Conexões”, do Posicast, um podcast produzido pelos colégios do Grupo Positivo. O tema deste episódio é Os impactos do superestímulo na infância e na adolescência. Todos os episódios estão disponíveis no YouTube do colégio (https://www.youtube.com/@colegiopositivo).