Mauro Picini Sociedade + Saúde 01/06/2022

Saiba como prevenir o suicídio materno e porque os casos estão aumentando

Especialista chama a atenção para a alta de casos desencadeada pela pandemia e aponta sinais de alerta e dicas para prevenir e tratar transtornos que podem ocasionar uma tragédia que, em geral, pode ser evitada

A pandemia de COVID-19 causou uma crise sanitária, social e econômica sem precedentes, com prevalência crescente de transtornos mentais. “Houve um declínio significativo na saúde mental materna. Isso porque as mulheres grávidas e as mães se tornaram uma população altamente vulnerável, à medida em que sofrem com os efeitos dramáticos da pandemia em primeiro plano”, diz Filipe Colombini, psicólogo parental e diretor da Equipe AT. “Muitas mães chegaram ao esgotamento mental com o volume de tarefas diárias, em um ambiente onde o trabalho home office se misturava às aulas online dos filhos e outras tarefas domésticas. Houve uma sobrecarga expressiva sobre essas mulheres, que, culturalmente, carregam o estereótipo de heroínas, que devem beirar a perfeição”, continua o especialista. E tudo isso em um cenário de medo e incertezas geradas pelos riscos de adoecimento, mortes e crise econômica.
Em tempo: o suicídio materno é um assunto que necessita extrema atenção da sociedade. Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que uma em cada quatro mães de recém-nascidos no país são diagnosticadas com depressão pós-parto, um dos grandes fatores de risco. Mas não só: problemas como ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, psicose pós-parto, transtorno de pânico e fobias também podem acometer as mães e, caso não sejam tratados, também potencializam o risco das mulheres acabarem com a própria vida.
“Notamos que as tentativas de suicídio cresceram bastante entre as mães, assim como o ato consumado, o que nos leva à necessidade urgente de discutir sua prevenção”, diz Filipe. “Inclusive, é comum falarmos sobre todos os tipos de complicações relacionadas à gravidez, que podem levar à morte, mas a sociedade evita falar no suicídio”, continua. “Temos que desestigmatizar a doença mental e divulgar que quando as pessoas estão deprimidas e pensando em acabar com a própria vida, o tratamento pode fazer uma enorme diferença e mudar a maneira como elas enxergam o mundo”, completa.
Colombini destaca que a maternidade traz consigo o estigma de que a mãe precisa ser perfeita. E esta idealização, segundo o psicólogo, acaba deixando pouco espaço para que a mulher fale sobre suas dificuldades, frustrações e vulnerabilidades.
Sinais de alerta
O psicólogo destaca que algumas mulheres podem apresentar apenas alguns sintomas de transtorno mental, enquanto outras podem ter vários deles. Alguns dos mais comuns incluem:
Humor triste, ansioso ou “vazio” persistente;
Irritabilidade;
Sentimentos de culpa, inutilidade, desesperança ou desamparo;
Perda de interesse ou prazer em hobbies e atividades;
Fadiga ou diminuição anormal de energia;
Isolamento;
Baixa autoestima;
Alterações bruscas de humor;
Dificuldade em se concentrar, lembrar ou tomar decisões;
Dificuldade para dormir (mesmo quando o bebê está dormindo), acordar cedo pela manhã ou dormir demais;
Apetite anormal, alterações de peso ou ambos;
Problemas de formação de um vínculo emocional com o bebê;
Dúvidas persistentes sobre a capacidade de cuidar do bebê;
Pensamentos sobre morte e suicídio;
Ferir a si mesma (automutilação) ou ao bebê;
Como a família e os amigos podem ajudar?
É importante entender que os transtornos psíquicos que afetam as mães também têm impacto sobre as crianças e a família, assim como podem dificultar o processo de amamentação e o apego mãe-bebê. Cônjuges, parentes e amigos podem ser os primeiros a reconhecer que algo não vai bem. “O tratamento é fundamental. Os familiares podem incentivar a mulher a conversar com um profissional de saúde, oferecer apoio emocional e ajudar nas tarefas diárias, como cuidar do bebê e das crianças ou da casa”, destaca Filipe.
Vale ressaltar que a rede de apoio é essencial na prevenção ao suicídio. “Todos nós podemos oferecer um ombro amigo, cuidando das grávidas e mães ao nosso redor. O processo começa com empatia, compaixão e disposição para ajudar”, diz o especialista. “Devemos praticar a escuta ativa, incentivando as mães a expressarem seus sentimentos, sejam eles quais forem. Quando há acolhimento, os impactos para a mulher são positivos e benéficos”, conclui.
Procurando tratamento
Como dito anteriormente, ao perceber que há algo errado, a mãe deve procurar suporte psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico. As opções de tratamento incluem, por exemplo, psicoterapia e participação em grupos de apoio. Além disso, medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos também podem ser efetivos.
Existe, ainda, uma modalidade dentro da psicologia denominada Acompanhamento Terapêutico (AT), prática clínica desenvolvida fora dos consultórios e que acontece no contexto de quem é acompanhado, com experiências e intervenções “in loco”.
Segundo Filipe, o Acompanhamento Terapêutico é altamente eficaz no tratamento dos transtornos que acometem as mães. Isso porque, nesta modalidade de atendimento, as ações envolvem o núcleo familiar. “O papel dos familiares na melhora dos transtornos associados à maternidade é fundamental”, destaca.
“Como atendentes terapêuticos, atuamos com uma equipe multidisciplinar. São usadas técnicas de relaxamento e mudança de temperatura corporal, além de práticas de atividades físicas, por exemplo, para ajudar a mulher a lidar com crises impulsivas”, explica o especialista. “Também aplicamos abordagens de escuta e suporte social adequado, além de diversas manobras rápidas e altamente efetivas para a prevenção do suicídio”, completa.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Atendimento Terapêutico que atua em São Paulo(SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.

Senior Concierge lança Instituto de Ensino para formar cuidadores de idosos

Entre os cursos oferecidos estão cuidadores de idosos e extracurricular com especializações

Márcia Sena

Nos últimos anos, cada vez mais os cuidadores de idosos estão se tornando importantes nas grandes capitais brasileiras. Com o aumento da expectativa de vida, mais e mais pessoas precisam deste serviço. O Núcleo Nacional de Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead) aponta em seu censo 2019/2020 um crescimento de 15% no mercado de home care e de 35% no número de pacientes atendidos. Durante a pandemia da covid-19, a procura por cuidadores de idosos aumentou tanto que algumas empresas chegaram a registrar 50% de crescimento na busca por esse serviço.
A Senior Concierge, empresa que tem como proposta garantir um envelhecimento ativo para o idoso, proporcionando qualidade de vida e bem-estar dos familiares, acaba de inaugurar o Instituto de Ensino Senior Concierge, um centro de cursos e treinamentos profissionalizantes.
Entre os cursos oferecidos estão cuidadores de idosos e extracurricular com especializações.
Serão aulas que vão abranger o estatuto do idoso, ética e postura, conceito sobre cuidador, definições sobre o processo de envelhecimento, o papel do cuidador, cuidados com demência, verificação dos sinais vitais, independência e autocuidado, higiene do idoso, controle de medicamentos, prevenção contra acidentes, cuidado com a alimentação, prevenção de quedas, emergência em domicílio, entre outros temas correlatos, com uma programação de 160 horas, sendo aulas presenciais e online, práticas e estágio supervisionado e com certificado.
O mercado de trabalho no Brasil está passando por um período de mudanças e, com isso, também passa por diferentes ou até novas posições que precisam de pessoas qualificadas para preencher essas vagas. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, entre as profissões que mais abrem vagas, com base em até três salários-mínimos, está a de cuidador de idoso.
Para quem deseja ter uma oportunidade para ingressar no mercado de trabalho dentro de um segmento que só tende a crescer – o de cuidadores de idosos – ou mesmo tornar-se um profissional capacitado a cuidar de idosos e aprender tudo sobre Aging in Place, uma tendência de mercado fundamental trazida pioneiramente ao Brasil pela Senior Concierge, para o bem-estar das famílias, esta é a oportunidade.
“Existe muita demanda para profissionais que vão além de cuidados, que seguem o conceito Aging in Place, mas poucos profissionais capacitados. Esta é a chance de aprender e exercer uma profissão com uma das melhores qualificações do mercado”, comenta Márcia Sena, especialista em qualidade de vida na terceira idade e fundadora da Senior Concierge.
Segundo Márcia, com a população envelhecendo, existe cada vez mais a necessidade de cuidadores. “E hoje o que observamos é um gap de formação de dois anos dos profissionais, porque nesses dois anos uma profissão como cuidador, auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem, tem toda uma parte técnica para ser aprendida, para ser treinada”, lembra a executiva.
Os cuidadores de idosos lidam, diariamente, com pessoas que precisam de maior cuidado e atenção, muitas vezes pacientes com limitações físicas, doenças crônicas ou terminais, problemas neurológicos e maior propensão à demência. Dessa forma, cursos e capacitações são fundamentais para garantir a efetividade e a segurança no atendimento prestado por esses profissionais. E dentro deste cenário é crescente também o número de familiares que procuram especializações e cursos para cuidar da pessoa idosa.
A Senior Concierge nasceu após uma experiência da própria fundadora que, após uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estavam envelhecendo, decidiu se especializar nas necessidades e desafios da terceira idade. Desta forma, desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia dos idosos no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, atividades culturais, tarefas domésticas do dia a dia e segurança.

Sobre Márcia Sena – É fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade. Tem MBA em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica.
Criou a Senior Concierge a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estão envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia dos idosos no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança.

Sobre a Senior Concierge – É uma empresa com um novo jeito de dar suporte aos 60+, com um modelo de atenção integrada e centrada nas reais necessidades dos maduros. Uma resposta dos novos tempos para um modelo que se esgotou, que é o modelo curativo baseado nas doenças, praticado por outras empresas de home care. Com a proposta de garantir um envelhecimento prazeroso, proporcionando qualidade de vida, bem-estar e segurança dos familiares.

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