Mauro Picini – Sociedade & Saúde – 07/02/2024

Hanseníase: especialista alerta para sintomas e importância do diagnóstico precoce

Número de diagnósticos cresceu mais de 5% em 2023; campanhas reforçam conscientização sobre a gravidade da doença

A hanseníase foi descoberta em 1873, pelo médico e bacteriologista norueguês, Gerhard Hansen. Desde então, o tratamento da doença vem evoluindo, mas sua circulação é contínua, uma vez que não existe vacina que garanta a prevenção. Como não há formas de controlar a transmissão, o diagnóstico precoce além de aumentar as chances de cura, evita que mais pessoas desenvolvam a doença. “As principais armas contra a hanseníase são o diagnóstico precoce e o tratamento correto dos casos, o que viabiliza a interrupção da cadeia de transmissão da doença. O tratamento da hanseníase é eficaz e cura. Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão e o paciente pode conviver em meio à sociedade. É importante destacar que o tratamento da hanseníase é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, alerta a médica dermatologista do Policlínica Hospital de Cascavel, Paula Hitomi Sakiyama.
Além de aumentar as chances de cura, o tratamento na fase inicial também colabora para amenizar as consequências da doença. “Além da cura da infecção mediante o uso de antibióticos, que varia de seis meses a um ano, é importante prevenir sequelas relacionadas à doença, como incapacidades físicas e comprometimento da função dos nervos, o que acontece por meio da detecção precoce de casos e tratamento adequado. Infelizmente, caso a identificação da doença seja tardia, o paciente pode evoluir com sequelas irreversíveis”, explica.

Sinais de alerta – No início os sintomas da hanseníase podem ser discretos, passando despercebidos pelos profissionais de saúde e pelos próprios pacientes. “A doença afeta primariamente a pele e os nervos periféricos, podendo se manifestar de diversas formas. De modo geral, deve-se suspeitar de hanseníase em pessoas com qualquer um dos seguintes sintomas: manchas claras, avermelhadas ou escuras na pele; diminuição ou perda da sensibilidade em manchas da pele; dormência ou formigamento em mãos ou pés; ferimentos ou queimaduras indolores nas mãos ou pés e dor ou sensibilidade aumentada em nervos. Ao observar qualquer um desses sintomas, procure um médico”, recomenda.

Como ocorre a transmissão? – Apesar do estigma, a transmissão da hanseníase não ocorre por meio do toque na pele. “A hanseníase é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, e a transmissão se dá por meio da convivência muito próxima e prolongada com uma pessoa acometida pela doença que não se encontra em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz”, esclarece.

Aumento de diagnósticos x informação – De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou ao menos 19.219 novos casos de hanseníase. Mesmo que preliminar, o resultado já é 5% superior ao total de notificações registradas no mesmo período de 2022. Os dados podem estar relacionados à disseminação de informações sobre a doença. “Acredito que o aumento do diagnóstico da doença possa se dever à maior conscientização sobre o tema, resultado de campanhas, como a do janeiro roxo, e de ações para capacitação dos profissionais da saúde”, aponta.

Como está o coração? Cardiologista alerta sobre importância do check-up para diagnóstico precoce de doenças

Para a população geral, recomenda-se que a visita o cardiologista ocorra pelo menos uma vez ao ano

Começo de ano é o momento de avaliarmos nossa vida em todos os aspectos e tomar providências para deixar tudo equilibrado, garantindo que os próximos meses transcorram conforme planejado. A saúde é, ou deveria ser, um dos principais focos de atenção da população, uma vez que a realização de exames periódicos pode auxiliar no diagnóstico precoce de muitas doenças.
Os cuidados com o coração são imprescindíveis e podem evitar o desenvolvimento de doenças, além do agravamento de quadros clínicos. Por isso, o cardiologista do Policlínica Hospital de Cascavel, Rafael Barradas Correia Castro Bastos, alerta para a importância do chamado check-up. “Sempre devemos começar consultando com o médico cardiologista para que se tenha uma estratégia de acompanhamento, evitando assim o aparecimento de doenças cardiovasculares. Ainda que não tenha nenhum sintoma, é muito importante fazer o controle e tratamento dos fatores de risco. Procure seu médico cardiologista e faça sua avaliação”, recomenda.

Quais exames são recomendados? – Os exames a serem realizados para rastrear fatores de risco e presença de doenças cardiovasculares dependem do perfil de cada paciente. “Temos recursos para diagnosticar e tratar doenças cardiovasculares de forma precoce. É necessário que o paciente procure um especialista para definir seu risco de ter doenças do coração e tomar medidas para evitar seu aparecimento. Do ponto de vista cardiovascular, não há idade para se iniciar um acompanhamento, ainda que se recomende que todos visitem um especialista pelo menos a partir dos 40 anos de idade. A pesquisa de doenças cardiovasculares é fundamental, pois é cada vez mais comum encontrarmos indivíduos doentes ao redor dos 40 anos. Conforme sua idade ou gênero, existe uma estratégia de diagnóstico e tratamento adequado. Para a população geral, recomenda-se que visite o cardiologista pelo menos uma vez ao ano. Temos exames como teste ergométrico, eletrocardiograma, ecocardiografia e MAPA (medida de pressão de 24h) para realização do acompanhamento, conforme indicação do especialista”, garante.

Grupos de risco e mudanças climáticas – Pacientes que já possuem doenças, em especial as crônicas como a diabetes, por exemplo, precisam ficar ainda mais atentos à saúde do coração. “A população diabética é mais suscetível a doenças cardiovasculares do que aqueles não-diabéticos. Neste caso, necessitamos acompanhá-los ainda mais de perto. Fazer exames para pesquisar doenças cardiovasculares mais precocemente, assim como precisamos ser mais agressivos no controle da doença. Um diabético necessita estar com diversos exames em dia para se ter certeza que está saudável do ponto de vista cardiovascular”, recomenda.
As mudanças climáticas que têm causado ondas de calor em diversos estados brasileiros, elevando as temperaturas acima dos 40ºC, também devem ser levadas em conta e motivar ainda mais a atenção à saúde. “Recomenda-se manter boa hidratação, evitar exposição prolongada ao sol, assim como não suspender a medicação sem a orientação de seu médico. Para os pacientes que correm risco de ter a pressão mais baixa, estas orientações são ainda mais importantes”, aponta o médico.

Atenção a possíveis sintomas! – A recomendação médica para realização de check-up anual é válida para pessoas que não apresentam nenhum sintoma de possível doença cardiovascular; mas em caso de qualquer sinal ou suspeita a busca por atendimento deve ser imediata. “Ocorrem muitos sintomas nas doenças cardiovasculares: dores no peito que irradiam para o braço esquerdo ou mandíbula são as mais preocupantes. Deve-se procurar o cardiologista imediatamente nestes casos”, alerta.

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