Mauro Picini – Sociedade + Saúde 07/06/2023

Congresso sobre cannabis medicial debate avanços para o uso veterinário

WNTC discute com pesquisadores e stakeholders a importância da regulamentação para o prosseguimento de pesquisa e desenvolvimento de medicação à base de maconha para animais domésticos

A cannabis medicinal vem alcançando avanços positivos na possibilidade de tratamento de enfermidades e doenças raras em humanos. O uso do composto para pets, no entanto, ainda não está pavimentado no País devido à necessidade de ajustes regulatórios. Visto a crescente procura da sociedade e as dúvidas dos profissionais dos setores farmacêutico e veterinário, o WNTC – We Need to Talk About Cannabis – em sua 3ª edição, dia 13 de junho, terá como um dos temas do debate o uso da cannabis medicinal para os pets. O congresso é realizado dentro da FCE Pharma e considerado referência sobre o assunto no âmbito técnico industrial. Participam do encontro, entidades governamentais, parlamentares e importantes players do setor farmacêutico.
Para a cientista Greyce Balthazar Lousana, palestrante do WNTC, bióloga, médica veterinária, fundadora e presidente da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica – SBPPC, a exposição sobre o tema pode garantir avanços significativos para acelerar o processo de regulamentação do uso da cannabis medicinal para animais no Brasil. “No mundo já há um movimento na prescrição de óleo de canabidiol no tratamento de doenças em cães e até equinos”, explica. “A tendência é que exista investimento em pesquisa e desenvolvimento, principal base para a criação de medicações altamente eficazes”, completa.
Os veterinários têm debatido sobre o uso de canabidiol (CBD), bem como baixas doses de THC para acalmar convulsões, diminuir a dor da artrite, aliviar a ansiedade e estimular o apetite em animais com câncer. Se isso soa como as aplicações humanas usuais para a cannabis medicinal, é porque são. Todos os vertebrados possuem um sistema endócrino que responde aos ingredientes ativos da cannabis. Os animais têm tolerâncias e contraindicações diferentes dos humanos, mas a ciência sobre a eficácia é sólida.
Hoje são cerca de 149,6 milhões de animais de estimação em todo o País, segundo o censo do IPB (Instituto Pet Brasil) de 2021. O Brasil é o terceiro no ranking mundial. “Os canabinóides podem ser mais eficazes e menos tóxicos do que muitos anti-inflamatórios não esteroides, o que já nos faz pensar em confortar animais em sofrimento”, afirma Greyce.
O CBD é encontrado nas plantas de Cannabis e, diferente do THC – outra molécula canabinóide da planta, não possui princípio psicoativo. Em humanos, o CBD é usado para tratar ansiedade, dor e problemas de sono. Greyce afirma que há evidências cada vez mais robustas de que o composto pode ajudar cães com dor de osteoartrite, distúrbios convulsivos e problemas de pele como dermatite atópica.
O uso da substância em cães, por exemplo, é limitado pelo pequeno número de animais ou metodologias usadas, os resultados devem ser interpretados com cuidado e mais pesquisas são necessárias. Para Greyce, a grande vantagem do uso do CBD é que a substância tem a comercialização autorizada no país, o que pode facilitar a introdução da cannabis na medicina veterinária – pelo menos como uma alternativa interessante ou complementar à medicina convencional.
Além do tema de cannabis para uso animal, o congresso WNTC discutirá com pesquisadores e stakeholders a importância da regulamentação do uso da substância em outras esferas, como aplicação em Life Science, incluindo etapas de produção, padronização de produtos, análise do mercado geral de Cannabis, bem como dosagem e importância da pesquisa clínica em todas as esferas.

Serviço:
WNTC ocorre dia 13 de junho de 2023, dentro da SP FCE Pharma, no São Paulo EXPO
Horário: 11h às 18h
Local: Rodovia dos Imigrantes, 1,5 km – Vila Água Funda, São Paulo – SP, 04329-900
Para participar, basta acessar o link: https://www.weneedtotalkaboutcannabis.com.br/

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Prematuridade: como podemos evitá-la?

Prematuridade hospitalar é um problema crônico que pode ser combatido com medidas simples, mas altamente eficientes /Envato elementsTiny delicate feet of newborn baby on a bed.

Não é exagero afirmar que a prematuridade hospitalar é um dos principais desafios enfrentados pelos sistemas de saúde. Por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuramente no planeta, sendo que mais de 1 milhão deles morrem em virtude de complicações decorrentes desta condição. Outro problema grave é que, muitas vezes, as crianças sobreviventes destes quadros apresentam sequelas de longo prazo com variados problemas de desenvolvimento, incluindo aí deficiências físicas e cognitivas.
A boa notícia é que temos trabalhado em uma iniciativa que foi capaz de minimizar de forma significativa o impacto do problema entre nossos beneficiários, um projeto que certamente irá se tornar referência no País. Com o Gestar Bem, iniciativa da Paraná Clínicas para auxílio e acompanhamento de gestantes, nós conseguimos números surpreendentemente baixos de prematuridade apostando em cuidados básicos junto às mães. Não reinventamos a roda, apenas focamos nossos esforços em facilitar a rotina de gestantes dando a elas um suporte que, quando ausente, as faz pular ou deixar para trás etapas importantes do pré-natal.
A prematuridade hospitalar ocorre quando o parto é realizado antes da 37ª semana de gestação. Essa condição pode ser causada por diversos fatores, como doenças maternas, problemas na placenta, infecções, gestações múltiplas, entre outros. No entanto, muitos destes casos poderiam ser evitados com uma atenção adequada à saúde da mãe e do feto durante a gestação.
Esta é, essencialmente, a estratégia que utilizamos: cuidamos para que as gestantes que fazem parte de nosso projeto não percam os principais exames de rotina do primeiro, segundo e terceiro trimestre da gravidez, sejam de sangue ou de imagem. Nosso monitoramento é bem rigoroso e tenta fazer com que a mamãe tenha a assistência necessária para não perder os prazos ideais para a realização destes exames e consultas com o médico obstetra, tanto para casos de baixo ou alto risco. Não há nada de revolucionário no que fazemos, apenas o esforço para que prazos sejam mantidos e cumpridos.
Os resultados destas medidas simples são muito impactantes. Nossa média de prematuridade registrada ao longo do último ano foi de pouco mais de 4%. A fim de comparação, de acordo com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), estatística do Ministério da Saúde que faz este tipo de monitoria, a média de prematuridade de Curitiba é de 10% e a do Brasil é de 11%. Tais números atestam de forma inequívoca que, com o cuidado e carinho adequado, as chances de evitarmos problemas de saúde entre mães e bebês são altas.
O acompanhamento pré-natal é fundamental para identificação e tratamento de possíveis problemas de saúde que possam levar à prematuridade hospitalar. Durante as consultas, o médico obstetra pode avaliar o desenvolvimento fetal, detectar doenças maternas e orientar sobre hábitos saudáveis para a gestante, como a prática de exercícios físicos e uma alimentação balanceada.
Por fim, é importante destacar que a prevenção da prematuridade hospitalar vai muito além da adoção de cuidados médicos adequados: a gestante também contribui de forma decisiva para a segurança da gestação a partir da adoção de hábitos saudáveis como evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, praticar atividades físicas moderadas e controlar o estresse.
Apesar deste ser um problema grave, a prematuridade pode ser evitada de forma significativa a partir da adoção de cuidados adequados durante a gestação. Somos testemunhas oculares que com cuidado, carinho e atenção, conseguimos transformar a história de milhares de famílias.
Eduardo Roberto Pedroso Senter (CRM PR 37.275) é médico e coordenador do PRIORI, serviço oferecido a beneficiários da Paraná Clínicas que engloba diversos programas de saúde e tem como objetivo gerenciar e monitorar pacientes que precisam de maior atenção. Entre os programas do PRIORI, está o Gestar Bem, iniciativa voltada para os cuidados com gestantes.
Fundada em 1970, a Paraná Clínicas é referência em planos de saúde empresariais e também atua na modalidade coletivo por adesão. Carrega a missão de cuidar com excelência de empresas e pessoas, oferecendo como diferencial os programas de saúde preventiva e promoção de qualidade de vida. Com uma infraestrutura moderna e planejada em uma rede interligada, a Paraná Clínicas conta com sete unidades próprias em Curitiba e Região Metropolitana, chamadas de Centros Integrados de Medicina: CIM Araucária; CIM CIC – 24h; CIM Fazenda Rio Grande; CIM Rio Branco do Sul; CIM São José dos Pinhais; CIM Unidade Infantil – 24h (ao lado do Hospital Santa Cruz) e CIM Água Verde. Mais informações em panaclinicas.com.br

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