Mauro Picini – Sociedade + Saúde 12/07/2023

Diabéticos devem ficar atento às comidas das festas julinas

Doces são armadilha para portadores da doença; nutricionista recomenda cautela e prioridade aos pratos feitos com base mais natural

Nutricionista explica como diabéticos podem aproveitar as comidas de festas juninas sem complicações à saúde

As festas juninas são consideradas a segunda maior comemoração realizada pelos brasileiros, atrás apenas do Carnaval. As celebrações do meio do ano vêm repletas de danças e comidas típicas que dão água na boca como arroz-doce, canjica, pé de moleque, quentão, pamonha, maçã do amor e bolo de milho verde.
Mas quem tem diabetes precisa redobrar os cuidados com alimentos ricos em carboidratos e gorduras. A doença é causada pela falta de produção ou má ação da insulina; hormônio que promove o aproveitamento da glicose como energia para o corpo.
O excesso de açúcar no sangue pode causar diversas complicações à saúde, mas é possível aproveitar as guloseimas do período, substituindo alguns ingredientes. “O ideal é trocar o açúcar das receitas por um adoçante apropriado [para uso culinário], consumir com moderação e nunca exagerar nas porções”, explica a nutricionista do Centro Universitário Integrado, Pâmela Nasser.
A preocupação também vale para as crianças, pois as comidas de festas juninas são coloridas, doces e atraem a atenção dos pequenos.

Números – O diabetes atinge 537 milhões de adultos em todo mundo com idade entre 20 a 79 anos. Até 2030, o número pode subir para 643 milhões e chegar aos 783 milhões em 2045, segundo um estudo da Federação Internacional de Diabetes. Só no Brasil, são mais de 15,7 milhões de adultos diabéticos.
A doença não tem cura, mas o paciente consegue levar uma vida tranquila com alguns cuidados que incluem reduzir o consumo de açúcar e gordura, parar de fumar, manter o peso controlado, comer diariamente verduras, legumes, frutas e praticar exercícios físicos regularmente (pelo menos 30 minutos diários).
Para conscientizar a população sobre a enfermidade e a necessidade do controle da glicemia, o Ministério da Saúde – em parceria com a Organização Mundial de Saúde – criou o Dia Nacional do Diabetes, celebrado em 26 de junho. Coincidência ou não, a data cai justamente no período festivo.

Quanto mais natural, melhor – De acordo com Pâmela Nasser, algumas comidas ricas em carboidratos como pães, massas, arroz, milho, tubérculos, biscoito e doces em geral devem ter consumo amenizado. “Nenhum alimento é proibido, mas é preciso ficar atento às quantidades, pois a totalidade desses alimentos consumidos se transformam em glicose”, explica.
Outra opção sugerida é buscar a versão “integral” de cada ingrediente que vai no preparo dessas comidas. Da mesma forma, recomenda-se consumir diretamente os vegetais em vez dos produtos derivados. Assim, vale trocar o bolo, a paçoca e a pamonha pelo milho; o pé de moleque pelo amendoim e a mandioca cozida.
A seguir, a nutricionista – que também é Mestre em Ciências de Alimentos – recomenda quatro receitas simples que podem ser feitas em casa, mantendo o sabor e que ajudam os diabéticos nos cuidados alimentares.

Bolo de milho verde
3 ovos
1 lata de milho verde escorrido (usar o milho natural e medir na lata)
1 xícara de leite desnatado (200ml)
1 xícara de adoçante em pó para culinária
7 colheres (sopa) de fubá (80g)
½ xícara de óleo de canola
1 colher (sopa) de fermento químico em pó
Bata todos os ingredientes no liquidificador (exceto o fermento, que deve ser misturado à mão) e despeje em uma forma de pudim de 18 cm de diâmetro (untada e polvilhada com farinha de trigo). Asse em forno pré-aquecido a 180ºC por aproximadamente 40 minutos. Rende 12 porções

Quentão sem álcool
2 xícaras de água
2 limões cortados em rodelas
1 laranja fatiada (opcional)
½ colher (chá) de gengibre ralado
2 a 3 cravos-da-índia
Canela em pau a gosto
Adoçante próprio para uso culinário (opcional, pois o suco de uva é bem adocicado)
1 litro de suco de uva integral

Misture todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo. Ferva por cerca de 20 minutos e sirva quente. Rende 6 porções.

Arroz doce
1 xícara de arroz integral
7 xícaras de água
2 colheres (sopa) de creme de leite
2 colheres (sopa) de leite em pó desnatado
2 colheres (sopa) de adoçante culinário
Canela em pó para polvilhar

Em uma panela de pressão, coloque o arroz integral e a água. Cozinhe o arroz até que ele fique bem macio (se for necessário, coloque mais água).

Quando estiver pronto, coe o arroz para retirar todo o líquido. Em um pote, coloque o arroz e depois acrescente o creme de leite, o leite em pó e o adoçante. Polvilhe a canela como preferir e sirva! Rende 6 porções.

Canjica
500 gramas de canjica
1 ½ xícara (chá) de leite em pó desnatado
1 ½ xícara (chá) de água
4 xícaras (chá) de leite desnatado
1 xícara (chá) de adoçante para uso culinário
1 vidro de leite de coco light
2 unidades de canela em pau grande
5 unidades de cravo-da-índia
1 colher (sopa) de margarina light

Deixe a canjica de molho em água, na véspera do preparo. Cozinhe-a em água suficiente por cerca de uma hora e meia a duas horas em panela comum ou de 30 a 45 minutos em panela de pressão com o cravo e canela.

Bata o leite com o leite em pó, o adoçante e o leite de coco no liquidificador. Quando os grãos da canjica estiverem macios, junte o batido de leite e a margarina e deixe ferver, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo.

Ferva por cerca de 10 minutos, desligue o fogo, deixe descansar por uma hora antes de servir. Rende 10 porções.

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Cuidado: alimentos mal higienizados podem causar doenças graves

Lavar e guardar corretamente frutas e legumes bem como manter o balcão de cozinha sempre higienizado, pode evitar doenças bacterianas, virais e intoxicação alimentar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, anualmente, cerca de 600 milhões de indivíduos no mundo contraem Doenças Veiculadas por Alimentos (DTA) e 420 mil morrem em consequência.
De acordo com a professora do curso de Nutrição da UNINASSAU Recife, campus Graças, Flávia Ribeiro, grande parte da população brasileira ainda adota hábitos de higiene, manipulação e armazenamento dos alimentos inadequados, e alerta sobre carnes cruas. “A preocupação se inicia desde o local onde fazemos a compra até o preparo delas. A tábua para preparar as carnes, precisa ser separada dos outros produtos (frutas, legumes, peixes, frangos). O local de manipulação tem que estar higienizado, seco e limpo, sem restos de outros alimentos”, explica.
Já o alimento de origem animal deve ser cozido a uma temperatura mínima de 74°C para minimizar o risco microbiológico, pois esse processo garante a inativação de patógenos que podem estar presentes no produto cru ou malcozido. Já o balcão da cozinha tem que ser higienizado sempre, com solução de hipoclorito de sódio e não pode aparentar sujidades, como escurecimentos (fungos) ou buracos (caso ele seja de pedra).
O Brasil é um país tropical, ou seja, apresenta a temperatura ideal para desenvolvimento de vários microrganismos, que influencia no armazenamento dos alimentos. Dessa forma, é recomendado que verduras e legumes sejam guardados em ambiente refrigerado para diminuir a proliferação desses organismos.
A nutricionista indica ainda que o armazenamento deve ser feito somente após a higienização e os produtos devem ser guardados em potes distintos, com tampas e com passagem de ar. Também não se deve guardar alimentos com cascas junto dos descascados. “Outra orientação fundamental é não deixar o ovo, leite, queijos e iogurtes na porta da geladeira porque é o local com menor refrigeração, por ter contato direto com ambiente externo. Por fim, manter uma rotina de higienização da geladeira e evitar guardar alimentos tanto cozidos quanto os crus, por muito tempo são práticas essenciais para evitar contaminações e minimizar os riscos de estrago desses alimentos”, finaliza.

Confira como a higienização de frutas e legumes deve ser feita:

  • Lavar em água corrente;
  • Remover a sujeira (utilizando-se escovinhas e sabão amarelo);
  • Enxaguar em água potável e corrente;
  • Mergulhar em solução de hipoclorito por 15 minutos; (1 colher de sopa para 1 litro de água);
  • Enxaguar novamente em água potável e corrente.
    Caso essas medidas não sejam tomadas, há o risco de transmissão de vermes, salmonelose, leptospirose infecções ou toxinfecções.
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