Mauro Picini Sociedade + Saúde 14/09/2022

Esclerose Múltipla pode se manifestar de formas variadas, dificultando a busca por tratamento médico

Médico especialista fala sobre as inovações no tratamento e importância do diagnóstico precoce

Dr. Mateus Boaventura de Oliveira

Embora tenha em seu nome a palavra “Esclerose”, costumo dizer que a Esclerose Múltipla (EM) está além deste significado, principalmente porque não se trata de uma demência e nem uma doença de idosos. Ela é, na realidade, muito comum entre pacientes jovens, entre 20 e 40 anos, principalmente mulheres, e já podemos considerar uma das grandes causas de incapacidade neurológica entre este público.
A causa ainda é desconhecida, no entanto, sabemos que há uma interação entre fatores genéticos e ambientais, como, por exemplo, valores baixos de vitamina D, infecção pelo vírus Epstein-Barr, tabagismo e obesidade.
A manifestação mais comum da doença costuma ocorrer em forma de surtos, ou seja, sintomas neurológicos que podem durar dias ou semanas. Estes sintomas surgem de repente e, depois, diminuem ou desaparecem, retornando depois de um tempo.
Estes surtos podem comprometer algumas funcionalidades do organismo, como a visão, a sensibilidade, a força muscular, a coordenação e outras funções do sistema nervoso central. Em um dos surtos mais típicos, o paciente fica com visão embaçada e dificuldade para enxergar, além de sentir dor quando movimenta os olhos, o que chamamos de neurite óptica.
Além disso, também recebo pacientes que sofrem surtos como dormência e formigamento dos membros, desequilíbrio, fraqueza muscular, incontinência urinária e diversos outros.
Já entre um surto e outro, o paciente começa a identificar outros sintomas. É comum o paciente ter fadiga, problemas de atenção e concentração, disfunção sexual e dificuldade de controlar a bexiga ou o intestino. Isso provoca a queda na qualidade de vida, afetando a vida pessoal, social e profissional.
Mas vale ficar atento, pois, em alguns casos, a doença não aparece dessa forma e, sim, de maneira progressiva. Esse é aquele paciente que começa a perceber que tem cada vez mais dificuldade para andar, aumento progressivo da fraqueza muscular, do equilíbrio, da cognição e dos sentidos.
Por conta disso, o maior desafio que enfrentamos é conseguir diagnosticar precocemente este paciente. É comum que ele procure diversos especialistas por conta dos sintomas específicos, sem considerar que todos podem estar relacionados a uma mesma doença. Caso o diagnóstico e início do tratamento seja tardio, pode ocorrer um acúmulo de sequelas, deteriorando ainda mais a vida deste paciente.
Antes de 1993 não havia nenhum tratamento eficaz aprovado. Hoje, felizmente, existem mais de 10 opções de tratamento para frear doença. Cada opção possui um grau de eficácia e um perfil de efeitos adversos e a escolha é sempre individualizada. O objetivo deste tratamento é prevenir novos surtos, novas lesões e o acúmulo de incapacidade.
Ainda não temos uma cura, mas, hoje, após 29 anos da primeira terapia aprovada, a história e o prognóstico de pacientes com esclerose múltipla melhorou significativamente. Felizmente, um grande percentual destes pacientes pode não evoluir mais para incapacidade neurológica importante e ter uma boa qualidade de vida, caso recebam diagnóstico e tratamento precoces.
Portanto, com todas as informações que temos hoje, reforço que é muito importante ficar atento a sintomas neurológicos novos em pessoas jovens e que persistam por mais de 24 horas. O ideal é, além de procurar por médicos generalistas, visitar o neurologista para relatar todos os sintomas. Afinal, o diagnóstico e tratamento precoces serão decisivos na evolução da doença.

  • Dr. Mateus Boaventura de Oliveira é neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, com especialização em Esclerose Múltipla pelo Cemcat- Hospital Vall d’Hebron, de Barcelona, e título de especialista pela Academia Brasileira de Neurologia. Atualmente, realiza pesquisas científicas e acompanha diversos pacientes com EM.

Doença de Parkinson: aprenda sobre sintomas e cuidados

Vânia Guelfi, do Residencial para Idosos Jardim das Palmeiras e Dra. Erica Tardelli, fisioterapeuta especialista em Parkinson e presidente da Associação Brasil Parkinson, indicam os cuidados necessários com os idosos que têm essa condição
Abril foi o mês de conscientização sobre a doença de Parkinson, que acomete cerca de 200 mil brasileiros. Em geral, a condição aparece a partir dos 60 anos por causa da perda de células nervosas em ritmo mais acelerado do que aconteceria no processo natural de envelhecimento e tem a ver com fatores genéticos e até ambientais.
Para Vânia Guelfi, gestora do Residencial para Idosos – Jardim das Palmeiras há mais de 20 anos, e Dra. Erica Tardelli, fisioterapeuta especialista em Parkinson e presidente da Associação Brasil Parkinson, é importante falar sobre a doença e os cuidados necessários com ela. Entre os principais sintomas de Parkinson estão:
• Lentidão de movimentos;
• Tremor em repouso (agitação);
• Musculatura rígida (braços, pernas ou tronco);
• Problemas com o equilíbrio e quedas.
Por isso, para cuidar melhor dos familiares que passam por esse processo, Vânia e Erica destacam algumas atenções necessárias. São elas:
• Permita que o idoso faça as coisas no seu próprio tempo, sem apressá-lo;
• Incentive sua movimentação (dentro das possibilidades do paciente);
• Faça adaptações na casa: evite tapetes e fios elétricos soltos; ilumine bem os ambientes e instale barras de apoio, caso precise;
• Estimule atividades prazerosas para o idoso: reunir-se com os amigos, passear, e fazer atividades sociais em geral.
“A doença de Parkinson é degenerativa e pode demandar cuidados que envolvem também medicamentos, fisioterapia e terapia ocupacional, psicoterapia e intervenção cirúrgica. Por isso a importância de ficar atento aos sinais que o idoso dá no dia a dia e evitar possíveis complicações, pois infelizmente a doença ainda não tem cura”, diz Dra. Erica.

Esclerose Múltipla: conheça mais sobre a doença que atinge o sistema nervoso

De janeiro a dezembro, as campanhas de conscientização colorem o calendário da saúde, entre elas, o Agosto Laranja, que tem o intuito de abordar sobre a prevenção e o combate à esclerose múltipla. A intenção da campanha é chamar a atenção para a enfermidade que atinge cerca de 40 mil pessoas no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.
Assim como muitas outras doenças, a EM é tratada pela comunidade com muito receio, aumentando o preconceito e o compartilhamento de informações falsas. Por esta razão, no Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla (30), a indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi traz orientações sobre a doença que mais acomete pessoas entre 20 e 40 anos em todo o mundo.
Esclerose Múltipla é uma patologia autoimune crônica do sistema nervoso central, do cérebro e da medula espinhal, na qual há destruição do tecido protetor, chamado mielina, que envolve as fibras nervosas, impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo.
Os sintomas nem sempre são identificados na fase inicial, por isso é preciso redobrar mais ainda a atenção. Em alguns casos o paciente pode apresentar: fraqueza, transtornos visuais, tremores, sensação de rigidez dos membros, fadiga, problemas na fala, no intestino e alterações na bexiga. No entanto, esses sinais servem como um alerta, na dúvida agende uma consulta com um neurologista para confirmar o diagnóstico.

Qualidade de vida – Quanto mais cedo o tratamento é iniciado maior a chance de modificar o curso natural da doença em longo prazo, reduzindo o número de surtos clínicos, de lesões e de sequelas neurológicas. Não há tratamentos que curam as pessoas que têm o diagnóstico de esclerose múltipla, mas existem recursos, como medicamentos, fisioterapias, entre outros que ajudam os pacientes a se manterem produtivos e confortáveis.

SOBRE A PRATI-DONADUZZI – A Prati-Donaduzzi, indústria farmacêutica 100% nacional, é especializada no desenvolvimento e produção de medicamentos. Com sede em Toledo, Oeste do Paraná, produz aproximadamente 13 bilhões de doses terapêuticas por ano e gera mais de 4,8 mil empregos. A indústria possui um dos maiores portfólios de medicamentos genéricos do Brasil e desde 2019 vem atuando na área de Prescrição Médica, sendo a primeira farmacêutica a produzir e comercializar o Canabidiol no Brasill.

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