Mauro Picini – Sociedade & Saúde 22/11/2023

Ansiedade: Especialista dá dicas para ajudar a controlar crises

A ansiedade excessiva pode ser controlada com alguns cuidados simples, afirma o psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento

De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde – o Brasil é o país com o maior número de pessoas sofrendo de ansiedade no mundo, com cerca de 9,3% dos brasileiros com o problema.
A ansiedade adaptativa propicia o indivíduo a tomar as medidas necessárias para sua sobrevivência, porém quando excessiva, torna-se uma patologia. Pode se manifestar com preocupação constante, inquietação e medo desproporcional, prejudicando a concentração e sono. Fisicamente, desencadeia sintomas como palpitações, sudorese, tremores e problemas gastrointestinais.

O tratamento de ansiedade – De acordo com o psiquiatra especialista em ansiedade Dr. Flávio H.Nascimento – autor do estudo “Mecanismo da ansiedade e do medo; relação com o indivíduo”, realizado em parceria com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, e publicado na revista científica Caderno Pedagógico, que analisa aspectos do seu método comprovado para abordagem de ansiedade – a doença precisa de uma abordagem humanizada.
“A ansiedade é um problema muito particular, muitas vezes relacionada a eventos e ambientes específicos como gatilho para as crises, por isso, é preciso adequar o seu tratamento de forma personalizada para evitar a extensão desnecessária do tratamento, tornando-o mais direcionado e eficaz”, afirma.
“Tratamentos como a terapia cognitivo-comportamental, a psicoconstrução, a estimulação magnética transcraniana e até mesmo uso de realidade virtual podem ajudar na remissão da doença, como estudado no método”, explica Dr. Flávio H.Nascimento.

Prevenção de ansiedade – No entanto, existem alguns cuidados simples que podem ajudar a prevenir ou moderar crises de ansiedade que podem trazer ápices dos sintomas no dia a dia, afirma Dr. Flávio H.Nascimento.
“Uma crise de ansiedade é um episódio intenso e abrupto de sintomas como palpitações, sudorese, falta de ar, tremores e medo irracional, a partir de um estado calmo ou desencadeada por situações estressantes, e pode ser debilitante, afetando gravemente a saúde da pessoa”.
Diversos famosos já relataram sofrer com crises de ansiedade, como Wesley Safadão, Preta Gil, Giovanna Ewbank, Mel Maia e a cantora Lexa.

Sono de qualidade – “O sono de qualidade é essencial para regular os níveis de ansiedade. A privação de sono afeta negativamente a função cognitiva e emocional, tornando mais difícil lidar com o estresse”.

Meditação – “Práticas de atenção plena e meditação comprovadamente ajudam a focar no presente, diminuindo preocupações sobre o futuro e reduzem sintomas de ansiedade”, afirma Dr. Flávio H. Nascimento.

Lazer – “Momentos de lazer são importantes para melhorar sintomas de ansiedade. Direcionar seus pensamentos em determinados momentos para outras atividades que promovam mais relaxamento ajudam no controle da doença”.

Acompanhamento profissional – “A realização de terapia ou, em alguns casos, administração de medicamentos são importantes para a recuperação plena, controle de sintomas e melhora da qualidade de vida, por isso, é fundamental que pacientes com crises de ansiedade procurem ajuda profissional”, ressalta Dr. Flávio H. Nascimento.

Sobre Dr. Flávio H. Nascimento – Dr. Flávio Henrique é formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.

Mitos e verdades sobre artrose

Reumatologista Cláudia G. Schainberg explica algumas hipóteses sobre a doença que atinge as articulações do corpo

Dra. Cláudia G. Schainberg

A artrose é uma doença que causa o desgaste das cartilagens que envolvem as articulações com finalidade de proteger os ossos do corpo. Conforme essa cartilagem se rompe o ser humano fica com a sua mobilidade comprometida e sua qualidade de vida é afetada de forma reduzida. “Pode ser causada por obesidade, esportes e até mesmo por esforços físicos repetitivos” conta a médica reumatologista Cláudia G. Schainberg.
Não há cura definitiva para essa doença. “Existem tratamentos para controlar as dores causadas pela artrose e para evitar que ela piore. Além desses tratamentos ajudarem com o conforto e alívio da dor, proporcionando uma vida melhor e diminuindo a perda da capacidade e mobilidade da pessoa” relata a reumatologista Cláudia G. Schainberg.
Esta doença aparenta alguns sinais e sintomas. “Rigidez, redução da mobilidade articular, inchaço, rangidos e estalos na articulação, dor nas articulações e perda da flexibilidade são alguns sintomas da artrose” diz Schainberg.

Confira alguns mitos e verdades sobre a artrose:

É possível evitar a artrose.
Mito. Não é possível evitar a artrose, porém é viável diagnosticá-la em sua fase inicial e começar o tratamento para que haja a redução das dores.

Artrite e artrose são a mesma coisa.
Mito. São duas doenças diferentes. A artrose causa o desgaste da articulação, já a artrite causa a inflamação da articulação.

Artrose não é doença de idoso.
Verdade. Embora a artrose atinja pessoas com a faixa etária com mais de 60 anos, ela pode afetar crianças, jovens e adultos.

Todo caso de artrose é necessário cirurgia.
Mito. Embora a artrose desgaste a articulação do osso, só é necessário realizar uma cirurgia em casos graves que precisam do realinhamento dos ossos.

Pessoas com artrose devem praticar atividade física.
Verdade. É importante que pessoas com artrose façam exercícios físicos, porém não deve ser de forma exagerada e inapropriada.

Sobre a Dra. Cláudia G. Schainberg
Com uma ampla experiência na área da saúde, Dra. Cláudia é graduada em Medicina pela Universidade Federal da Bahia e possui mestrado e doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Fez também especialização em Reumatologia no Canadá e Estados Unidos.
Dra. Cláudia ainda declara a importância sobre assuntos sociais relacionados à saúde, bem-estar, qualidade de vida, autocuidado e humanismo.
Atualmente exerce atividades de ensino, assistência e pesquisa no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, onde chefia o Laboratório de Imunologia Celular do LIM-17 e o Ambulatório de Artrites da Infância.
Também faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio Libanês e Alemão Oswaldo Cruz. Já no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atua nos Ambulatórios de Osteoartrite, Gota e Espondiloartrites.

Mosquitos estéreis, nova arma de combate à dengue

André Maciel Pelanda e Rodrigo Berté

Rodrigo Leal

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de fazer alerta sobre o aumento assustador de casos de dengue nas Américas. O primeiro semestre terminou com 2,9 milhões de casos na região. O Brasil está entre os três países latino-americanos que mais registraram casos da doença, com 2,3 milhões de pessoas infectadas, 70% a mais do que a média dos últimos cinco anos.
Embora o aumento da doença esteja associado ao acúmulo de água parada e de resíduos sólidos, o que provoca o surgimento de focos do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika, uma ferramenta tem se mostrado promissora no controle biológico do inseto vilão. São os mosquitos estéreis, criados em laboratórios, e capazes de interromper o ciclo de reprodução da espécie-alvo, uma vez que os machos estéreis competem com machos selvagens no processo de acasalamento com as fêmeas, sem gerar descendentes. Desta forma, ocorre uma redução na quantidade total de mosquitos de uma determinada área, e, consequentemente, diminui a ocorrência de doenças transmitidas aos seres humanos.
O processo de criação de mosquitos estéreis é feito por diferentes métodos, como a manipulação genética ou a irradiação, sendo que em ambos os casos os insetos são incapazes de gerar descendentes. A principal vantagem da utilização de machos estéreis para o controle da população de mosquitos, em comparação com o uso de pesticidas químicos, por exemplo, está no fato de ser um método ambientalmente amigável, já que não envolve a utilização de substâncias nocivas para o meio ambiente que podem gerar consequências negativas para outras espécies que ocorrem nos mesmos locais.
É necessário ressaltar que a utilização de mosquitos estéreis não se apresenta com uma única solução para o controle de doenças transmitidas por mosquitos. Outras medidas podem ser associadas como, por exemplo, sensibilizar a população sobre a importância de evitar o acúmulo de água parada e lixo nas residências, evitar locais que apresentam uma alta incidência de insetos, bem como um trabalho de sensibilização em Educação Ambiental. São as atitudes que evitarão as contaminações e propagação de doenças. É uma ação de cidadania e da ciência em defesa da vida.
Rodrigo Berté é pró-reitor de Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter
André Maciel Pelanda é Mestre em Governança e Sustentabilidade, especialista em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, e professor do Centro Universitário Internacional Uninter

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