Mauro Picini – Sociedade + Saúde 31/05/2023

Chegada dos dias mais frios dão ideais para estimular a criatividade de quem trabalha com açaí

Açaiterias, sorveterias e restaurantes podem apostar na comercialização de outros pratos, que fogem do tradicional açaí na tigela

O açaí está muito mais relacionado ao calor do que às temperaturas mais amenas, e apesar do Brasil estar entrando na temporada outono/inverno, o friozinho não é motivo para quem trabalha com o produto deixar de comercializá-lo. Primeiro, porque quem é fã do fruto sabe dos seus benefícios, como a prevenção do envelhecimento precoce, fortalecimento do sistema imunológico, melhora no funcionamento do intestino, fornecimento de energia para o corpo e para o cérebro e proteção contra vários tipos de câncer.
Em segundo lugar, o produto não se resume ao “açaí na tigela”, com granola e leite condensado, similar ao sorvete, e que, nos dias mais frios, naturalmente, a pessoa pode ficar temerosa de consumi-lo.
Áureo Bordignon, um dos sócios da Kiloton Amazônia, explica que a aposta para o período de baixas temperaturas está na pura polpa do açaí: “A partir dela é possível explorar todas as opções que o fruto oferece, saindo do tradicional doce gelado e apostando em pratos estacionais e exóticos”. Tudo porque, segundo ele, as polpas industrializadas normalmente contêm muito açúcar, xarope de guaraná, emulsificantes e vários outros aditivos, o que dificulta sua comercialização nas versões salgadas e até mesmo doces.
O fondue de açaí é uma amostra, porque além de aquecer, trata-se de uma opção diferente e saborosa. Ademais, há o chocoaçaí, feito com leite de coco ou de amêndoa, que pode substituir o convencional chocolate quente; cheesecake de açaí, uma torta feita à base de biscoito e o fruto nativo da região Norte do Brasil, montada em camadas; e até bombons. Mas, engana-se quem pensa que o açaí só serve para preparar pratos doces. Longe disso, na versão salgada, com ele é possível fazer panqueca; molhos para acompanhamento de carnes, legumes e, principalmente, peixes; além de saladas. E tem até receitas de pão de açaí, que, com a cor bem roxinha, atrai todos os públicos e representa uma predileção saudável para quem quer diminuir ou eliminar os farináceos da dieta.

A importância do açaí pura polpa – “Mas, para contar com esse leque de opção, é fundamental saber se a polpa do açaí é pura”, reforça Áureo. Existe uma diferença grande entre o açaí saudável e o açaí que necessitará de aditivos para a comercialização, e essa observação ocorre antes da colheita do fruto, e segue até o processamento. A área de plantio da palmácea é de suma importância, tendo que ser observada não somente as condições elevadas de temperatura, mas de igual forma a umidade relativa do ar e a precipitação pluviométrica.
Se o açaí for obtido exclusivamente do fruto, como no caso da Kiloton Amazônia, que o adquire diretamente das populações indígenas e ribeirinhas em várias cidades do Amazonas, Acre e até da Bolívia, sua principal característica é uma cor violácea bem escura, semelhante ao roxo, equivalente a um bom vinho tinto. “Tanto é que na nossa empresa chamamos o fruto de ‘ouro roxo’”, brinca Áureo. “Agora, se misturado, o fruto apresenta tonalidades que podem ir de um roxo mais claro até o cinza, podendo se tornar prejudicial para a saúde humana”.
Por esse motivo, a Kiloton Amazônia só adquire açaí nativo, gerando economia local e não enfatizando o desmatamento ilegal.
Em processos de replantio, se a área não for apropriada, os frutos não têm a cor violácea, que é o que garante a quantidade de antocianina, um potente corante natural que ajuda a manter a imunidade fortalecida, dificultando que o corpo venha apresentar processos inflamatórios. Para se ter uma ideia, o açaí nativo possui 33 vezes mais desta substância que a uva: “Logo, é a cor e a origem do seu nascimento que vão determinar se o produto está ou não saudável para o consumo. É importante que os clientes se atentem a isso, porque até mesmo o açaí orgânico nem sempre é proveniente de árvores nativas”, comenta Áureo, chamando atenção, ainda, para a forma de conservação do fruto, essencial também para manter a sua qualidade: “Trata-se de um produto que deve ser mantido em uma temperatura de -18º”.
A Kiloton já está disponível no Mercado Municipal de Curitiba. No mês passado foi feita uma “degustação” no local, ocasião em que mais de 150 pessoas, todas conhecedoras do açaí paraense, das 9 às 13 horas, experimentaram e aprovaram o ouro roxo pura polpa. “Como feedback, o que mais ouvimos é que se trata de um produto bem melhor, justamente porque é um açaí puro”, comentou Josenia Bordignon, uma das sócias da empresa.
A Kiloton Amazônia surgiu no mercado após identificar que o açaí é muito comercializado na versão açucarada ou, mesmo quando zero sacarose, possui muitos aditivos químicos, o que impede pessoas com comorbidade de consumi-lo, bem como os esportistas e quem quer se manter em forma. Saiba mais no site da Açaí Kiloton: http://qrz-test.infinityfreeapp.com/

Receitas – Existem diversas receitas na internet e em redes sociais, como YouTube, Facebook e Instagram, ensinando, passo a passo, o preparo de pratos doces e salgados envolvendo o açaí, entre elas destaque para o tradicional “açaí na tigela”, brigadeiro de açaí, molho para peixes, milkshake, pudim, suco, tapioca e bombom.

Biopark Educação recebe pais e alunos

Ação aconteceu na terça-feira e contou com uma visita guiada pelos ambientes

Um momento agradável de trabalho e bastante afeto. É assim que se pode definir a noite da última terça-feira (23) durante o relançamento do Clube de Ciências e o lançamento do Pré-Clube de Ciências do Biopark Educação, que reuniu pais, alunos e o corpo técnico do Programa no auditório da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Biopark. As boas-vindas ficaram por conta dos fundadores do Biopark, Luiz e Carmen Donaduzzi, que não puderam comparecer presencialmente no evento, mas enviaram um vídeo agradecendo a presença dos pais e responsáveis presentes. “Agradecemos vocês pela confiança depositada em nós para a contribuição em parte da educação dos filhos de vocês. Nossa missão é encantá-los com ciência”, relatou Carmen Donaduzzi.
Após o momento de solenidade, os convidados seguiram uma visita guiada pelos laboratórios de Biologia, Programação e Robótica, onde são ministradas as aulas, além do novo laboratório de Inovação e do Pré-Clube. O intuito foi explicar detalhadamente as iniciativas aplicadas no programa. Sônia Neiverth foi uma das mães presentes. Sua filha, Isabela Orlandini, faz parte do Clube de Ciências há três anos. “É uma honra tê-la participando do projeto. É notável o amor que ela sente pelo Clube, bem como a diferença que fez na vida dela, como por exemplo, a perda da timidez e do medo de falar em público. Nós, como pais, precisamos direcionar nossos filhos para ambientes saudáveis e produtivos que agreguem valor à vida deles”, compartilhou ela.
Orgulhosa, a coordenadora do Clube de Ciências, Cirlei Rossi, realçou que o programa vai ao encontro do que ela acredita que há de melhor na educação: as metodologias ativas na resolução de necessidades. “Ver o brilho no olhar das crianças e adolescentes ao realizarem experimentos não tem preço, mas sim um grande valor emocional. Por isso, motivamos as crianças a continuarem acreditando que, através da ciência, é possível mudar o mundo”. O presidente do Conselho Administrativo do Biopark, Vitor Donaduzzi, reforçou o compromisso da instituição com a educação, ciência e pesquisa. “O objetivo do Biopark Educação é formar gente qualificada e fazer com que eles permaneçam na Região. Com o programa, nós mostramos às crianças que ciência e tecnologia mudam a vida das pessoas e que podemos formar uma geração de futuros cientistas e pesquisadores”, finalizou. Foto: Michael Juliano/Assessoria

Endometriose atinge 1 a cada 10 mulheres no Brasil

Nicolas Cayres – Ginecologista e professor do CEUB

A endometriose afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva, podendo ocasionar dores intensas, além de uma série de outros impactos na qualidade de vida e na saúde dessas mulheres, inclusive a infertilidade. Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada 10 brasileiras sofre os sintomas da doença e, no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, são 180 milhões de mulheres.
O ginecologista e professor do CEUB Nicolas Cayres explica que a doença se dá quando o endométrio (tecido do útero) começa a crescer desordenadamente na cavidade pélvica, afetando intestino, bexiga, ovários entre outros órgãos. Isso pode causar um processo inflamatório gerando dores crônicas, especialmente no período menstrual. “Não há como eliminar totalmente este tecido e ele acaba sofrendo um processo de inflamação que, com o tempo, pode ocasionar uma situação de aderência desses órgãos”, comenta Nicolas.
Segundo o professor, o diagnóstico da endometriose não é simples. Em geral, o tempo médio que as pacientes levam para chegar a identificar o problema é de sete anos. Mas felizmente isso tem mudado. O caso da cantora Anitta, divulgado em 2022, serviu de alerta para milhões de mulheres no país que sofrem com dores crônicas, entre outros.
Normalmente, de acordo com o ginecologista, o quadro de dor pélvica é a primeira suspeita. “São dores intensas que se manifestam no período da menstruação ou pré-menstrual e que vão piorando a cada novo ciclo. Diante desse quadro, são feitos exames de imagem (ressonância ou ecografia) para identificar o problema. São exames bastante específicos, que demandam um treinamento especial”, complementa. No caso da cantora Anitta, por exemplo, foram 9 anos até o diagnóstico.
Para chamar a atenção das mulheres e da classe médica para o problema, o 7 de maio celebra o Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose. O professor do CEUB lembra que a doença não tem cura, mas os tratamentos atuam para mantê-la sob controle. “Há dois tipos de tratamento. Uma primeira abordagem é clínica, com o uso de hormônio (progesterona) para bloquear a menstruação. Uma alternativa, no caso em que as mulheres têm um quadro já de muitas aderências ou não respondem bem às medicações, é a cirurgia. Entretanto, mesmo as pacientes que operam, precisam monitorar o possível surgimento de novos focos”, alerta Nicolas Cayres

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