Combate do Aedes Aegypti: 20ª Regional de Saúde deve contar com reserva técnica

O Ministério da Saúde confirmou, na semana passada, o envio emergencial do inseticida Cielo para o Paraná para auxiliar no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A 20ª Regional de Saúde está entre a contemplas mediante a confirmação de casos de chikungunya.

A confirmação do envio emergencial ocorreu durante uma reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O pedido foi realizado pela Sesa por meio de um ofício enviado ao Ministério no mês passado. Segundo a pasta federal, o inseticida deve chegar ao Estado nesta terça-feira (14).

Alguns critérios foram definidos para a distribuição do Cielo às Regionais de Saúde (RS), levando em consideração a incidência de casos prováveis e autóctones de dengue das últimas dez semanas nos municípios; óbitos por dengue; nível de ação de resposta do plano de contingência municipal; casos prováveis de chikungunya; além dos municípios pertencentes à Macro Oeste, que concentram um maior número de casos confirmados.

O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 20ª Regional de Saúde, Felipe Hofstaetter Zanini, explica que na Regional a incidência é baixa em relação a dengue, contudo, existe a preocupação em relação a chikungunya. “Temos casos confirmados na Macro Oeste e essa quantidade – uma reserva técnica –  é uma ação de contingência para tentar controlar e deixar inerte para não haver um surto de chikungunya”.

FALTA DE INSUMO – Zanini pontua que os órgãos de saúde ficaram preocupados com a nota do Ministério da Saúde quando informou que não teria inseticida em quantitativo suficiente para a compra e envio. “Do estoque do que o Ministério tinha, nós somos comtemplados, não haverá falta de insumo no momento. Vale lembrar que em 2019, o trabalho ficou comprometido e desencadeou uma epidemia a falta desse insumo. Na ocasião também era período de mudança de gestão do Governo Federal e teve o atraso na compra e reflexo na saúde pública”.

O Cielo é um inseticida de pronto uso utilizado no tratamento espacial de ambientes externos com função específica para a eliminação das fêmeas de Aedes aegypti. A utilização é recomendada apenas em situações de aumento de casos.

“O Ministério da Saúde também já sinalizou que além do Cielo também prevê a compra de outro inseticida de um laboratório americano – é outro agente. Em 2019, foi preciso trocar devido à resistência do mosquito”, recorda o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 20ª Regional de Saúde.

DENGUE NO OESTE – A análise de Zanini em relação ao quadro de dengue aponta que, no momento, a situação não é agravante, porém é preciso cuidado. “Em conversa com os técnicos, relembramos que no ano passado, neste período, tínhamos essa tranquilidade, contudo, o surto foi no pico sazonal depois da segunda quinzena de abril e se estendeu até o início de junho, isso foi uma situação atípica, pois iniciou tarde e se prolongou, por isso, é preciso atenção quanto ao que ocorreu no ano passado para não repetir”.

EVITAR CRIADOUROS – A solução para reduzir o Aedes aegypti é evitar a formação de criadouros e isso acontece com a colaboração e o comprometimento de todos. O mosquito é intradomiciliar, ou seja, não são nos rios que acontecem a procriação e sim nas cidades, nos recipientes (como tonéis, pratos de vasos de plantas, lixo entre outros) e criadouros naturais (como bromélias, buracos em árvores e bambus).

Em Toledo, durante as visitas, os agentes têm encontrado criadouros dentro das residências, principalmente, nos pratinhos de vasos de plantas, além das plantas aquáticas, bambus da sorte, entre outras flores que exigem cuidado e manutenção. Nos pátios, as equipes encontram com mais facilidade cisternas, tonéis que armazenam a água da chuva entre outros recipientes que podem acumular água e se tornarem criadouros.

UNIDADE SENTINELA DE MONITORAMENTO – O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 20ª Regional de Saúde, Felipe Hofstaetter Zanini, salienta que é importante lembrar que desde 2021 o Estado do Paraná, implantou Unidades Sentinelas de Monitoramento Laboratorial de Dengue, na 20ª Regional de Saúde são quatro: Toledo, Guaíra, Assis Chateaubriand e Santa Helena. “As Unidades auxiliam a entender o trânsito da doença e o tipo de vírus circulante nos territórios, o que também pode demonstrar uma maior incidência inicial de casos, para estes locais, pois casos suspeitos são coletados e enviados para o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen-PR) a qualquer tempo com o intuito realmente de se rastrear a presença da doença”, conclui.

Da Redação*

*Com informações da AE Notícias

Dengue x Chikungunya: doenças têm sintomas parecidos

Quanto mais criadouros do mosquito Aedes aegypti, mais a população está em risco. Contaminado, uma picada pode transmitir dengue, chikungunya e zika. Ao entrar no período crítico em relação a proliferação do mosquito, o setor da saúde alerta o Oeste, pois além da dengue já foram registrados casos de chikungunya.

Os principais sintomas da chikingunya são febre, dores intensas nas articulações, dor nas costas, dores pelo corpo, erupções avermelhadas na pele, dor de cabeça, náuseas e vômitos, dor retro ocular, dor de garganta, calafrios, diarreia e/ou dor abdominal (principalmente em crianças). “Essas duas doenças têm sintomas bastante parecidos, mas na chikingunya, o que chama a atenção é a intensidade das dores articulares. Dengue costuma se apresentar com mais cores musculares e chikungunya com dores articulares mais intensas”, explica o chefe da 20º Regional de Saúde, o médico Fernando Pedrotti.

A chikungunya, segundo o médico, costuma se apresentar em três fases: aguda, subaguda e crônica. A fase aguda costuma durar até sete dias; já a subaguda é aquela que vai da segunda semana, podendo durar até três meses. “Nem todos os pacientes evoluirão para a fase subaguda, assim como, nem todos os que evoluírem para a fase subaguda e evoluirão para a fase crônica, que é aquela que se inicia após os três meses da doença”, esclarece.

Na chikungunya – como toda e qualquer doença infecciosa – os maiores riscos de complicações são para os extremos de vida (crianças de pouco idade e idosos) e para os portadores de condições crônicas. “O grande problema da doença é que ela pode levar a dores articulares crônicas, que podem se tornar incapacitantes. Os principais fatores de risco para a cronificação são: idade acima de 45 anos, significativamente maior no sexo feminino, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda”, conclui Pedrotti ao enfatizar a necessidade de conscientização da população no combate as doenças.

Uso de repelente ajuda a combater as doenças transmitas pelo Aedes aegypti

O uso do repelente é essencial para afastar os insetos e evitar as picadas de mosquitos – Foto: Janaí Vieira/Arquivo JO

Para afastar os insetos e evitar as picadas de mosquitos – como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya –  o uso do repelente é algo essencial. A utilização do produto é indispensável especialmente neste período considerado o mais perigoso em relação ao avanço dessas doenças.

“Creme, líquido ou aerossol vai ter o mesmo efeito. Cada um gosta tem preferência por aquele que melhor se adaptar. A orientação é para a pessoa verifique a forma de utilização com o intuito de evitar intoxicação ou até mesmo alergia – essa no caso fazer o teste aplicando uma leve quantia na pele”, aponta o farmacêutico, Jorge Fernando, ao explicar que independentemente da consistência do repelente, todos possuem a mesma eficácia.

Os repelentes químicos, que podem ser adquiridos nas farmácias, trazem mais segurança, contudo, é preciso que a utilização seja de acordo com as orientações do fabricante – informações que geralmente constam na embalagem do produtor.

Os repelentes químicos possuem diferentes princípios ativos, por isso, é importante que os intervalos de aplicação e a faixa etária recomendada sejam seguidos. “Por exemplo, os produtos feitos à base de icaridina são mais comuns e costumam durar mais na pele, entretanto, a maioria é para pessoas a partir de 2 anos de idade. Eles podem ser usados pelas gestantes; vale ressaltar que as grávidas precisam de cuidado especial”, salienta Fernando.

EVITAR AS DOENÇAS – “É importante usar repelente, mas também é fundamental não deixar água parada, pois isso envolve a prevenção”, alerta o chefe da 20º Regional de Saúde, o médico Fernando Pedrotti. “Estamos em um período de chuva e calor, combinação que faz com que as chances de formação de criadouros aumentem e para combater isso somente o cuidado”. A utilização de repelente é um reforço para combater as doenças, contudo, a ação efetiva é promover a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Índice de Infestação Predial preocupa autoridades da região

O Índice de Infestação Predial (IIP) do mosquito Aedes aegypti tem preocupado as autoridades dos 18 municípios da 20ª Regional de Saúde de Toledo. Em muitos imóveis existem a presença de larvas ou de criadouros do mosquito. O Ministério da Saúde preconiza que no máximo 1% é aceitável, ou seja, um cada 100 imóveis pode ter a presença do mosquito.

O diretor da Regional, Fernando Pedrotti, explica que qualquer índice superior a esse valor tem o risco de epidemia. Na 20ª Regional de Saúde, o índice de infestação está acima de 1%. “Nos causa preocupação, porque março e abril são os meses de maior circulação do mosquito”.

Pedrotti complementa que a preocupação também está em torno de que quanto mais de casos de dengue foram registrados, maior a possibilidade de ter um caso da doença mais grave. “Outra preocupação é com a Chikungunya. Essa enfermidade tem uma forma clínica com sintomas, os quais podem durar em torno de uma semana”.

Ele acrescenta que em alguns pacientes a doença pode se tornar crônica e ela pode durar até três anos. “Nos referimos a dores nas articulações que se tornam crônicas, podem trazer limitações ou impedem de desempenhar as atividades de vida diária e para o exercício de atividade laborativa”.

CONFIRMAÇÕES – Quanto às confirmações de Chikungunya, o boletim da semana passada informa um total de 35 casos da doença. Destes, 12 são autóctones e 21 importados. Os municípios de Umuarama (1) e Marechal Candido Rondon (1) registraram as primeiras confirmações, que ainda estão em investigação quanto ao local provável de infecção (LPI).

A maioria dos casos está no município de Foz do Iguaçu (11), seguido de Curitiba (5), São Miguel do Iguaçu (4), Pato Branco (3), Matelândia (2), São José dos Pinhais (1), Céu Azul (1), Paranavaí (1), Santo Antônio do Caiuá (1), Ibiporã (1), Jacarezinho (1), Guaíra (1), Mercedes (1).

Pedrotti destaca que esses casos servem de alerta. “Nós temos episódios que o mosquito Aedes está infectado pelo vírus da Chikungunya e circula em nosso meio. A partir do momento que temos esses mosquitos infectados, eles passam a transmitir a doença. A Chikungunya é uma doença que não tem vacina”.

MAIS FORTE – O mosquito Aedes aegypti está melhor adaptado ao ambiente. Conforme Pedrotti, os municípios não possuem mais a situação de não ter o mosquito no inverno, e sim, existe a diminuição da circulação. “Nos meses de verão ou nos dias mais chuvosos temos uma maior proliferação do Aedes”.

No entanto, a proliferação do mosquito é algo que pode ser evitada. “Às vezes, tenho a impressão que as pessoas banalizaram a reprodução do mosquito. Ter água parada ou criadouro parece ser algo normal ou natural. No entanto, nos preocupa o fato das pessoas banalizaram essa situação e, principalmente, parece não precisa adotar medidas para que isso não ocorra. Existe a adaptação do mosquito e nos habituamos com a ideia de que não precisava ter a preocupação para a proliferação”.

CUIDADOS – Os criadouros mais comuns do mosquito da dengue são pneus, calhas, vasos, pratos de vasos, garrafas, caixas d’água sem tampa ou com a tampa quebrada, latas, lonas ou plásticos, ralos, bromélias, piscinas sem tratamento, banheiros em desuso, cisternas sem vedação adequada e recipientes que possam acumular água.

Pedrotti pondera que é preciso evitar a água parada. “Basta a tampa de uma garrafa pet ou uma sacola com água parada para proliferar o mosquito. Cada pessoa deve manter o seu quintal limpo, não ter vasinhos de plantas e lavar adequadamente a vasilha do seu animal doméstico. São sempre os mesmos cuidados e eles são simples. O processo de conscientização é algo que ainda precisamos avançar”.

A Sesa mantém ações permanentes para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. “As ações de combate ao mosquito precisam ser contínuas, estamos em alerta e investindo na capacitação direcionada aos profissionais de saúde para prevenção e tratamento dessas doenças. Ressalto que a participação da população é primordial, pois cerca de 80% dos criadouros que estão nos ambientes internos das residências e quintais são de fácil remoção ou eliminação pela população”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves, em entrevistas anteriores.

Da Redação

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