Comércio e indústria representam 55% dos empregos formais gerados no Paraná em 2021

O Paraná fechou 2021 como o Estado que mais gerou empregos formais na Região Sul do País. Foram 172.636 novas vagas entre janeiro e dezembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta segunda-feira (31). O número representa 6,3% do total de vagas criadas no País e foi impulsionado principalmente pelo setor de comércio e indústria, que, juntos, foram responsáveis por 55,25% dos empregos gerados no Estado no ano passado.

O comércio lidera o número de vagas geradas, concentrando 48.722 postos de trabalho no período, o equivalente a 28,22% do total. Na sequência, estão os setores da indústria, com saldo de 46.667 vagas (27,03% do total); serviços, com 40.865 vagas (23,67%); construção, com 10.653 vagas (6,17%); e agricultura e pecuária, com 3.303 vagas (1,91%).

A alta no número de vagas no comércio foi impulsionada principalmente pelas atividades de reparação de veículos automotores e motocicletas. O economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Thiago Quadros, explica que um dos fatores que contribuíram para o salto neste setor, principalmente em comparação com a indústria, foi a movimentação econômica, impulsionada pela vacinação em massa no Estado.

“No ano passado tivemos a vacinação e isso possibilitou que ocorresse uma maior flexibilização nas atividades econômicas. As que tinham maior restrição puderam voltar quase que normalmente. Essa nova normalidade possibilitou que os outros setores se recuperassem e tivessem desempenho superior ao da indústria”, disse.

Na indústria, tiveram destaque os segmentos industriais de transformação e extrativo; água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação; eletricidade e gás.

Segundo o economista, o bom desempenho da geração de empregos no setor vem desde 2020, mas em 2021 o resultado se consolidou ainda mais, com o dobro do número de vagas. Para ele, isso ocorreu em razão do perfil versátil da indústria paranaense.

“Temos setores diversos, desde o automotivo, madeireiro, móveis e vestuário. É uma economia que tem diversificação e isso acaba ajudando a passar por momentos de crise, porque quando alguns setores estão sofrendo um pouco mais, outros setores podem contribuir na geração de empregos”, ressaltou.

O especialista ainda destaca a influência do agronegócio no resultado, já que algumas atividades que lideram a produção industrial fazem parte dessa cadeia produtiva. “Nós vemos isso no setor de alimentos, máquinas e equipamentos. São algumas atividades que estão sendo produzidas para atender o agronegócio”, arrematou.

SERVIÇOS – A alta de novas vagas dentro do setor de serviços foi impulsionada pelas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com 40.865 postos — 23,67% do total.

As áreas de administração pública — defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais — ficaram em segundo lugar, com saldo de 11.244 vagas, representando 6,51% do total.

Outros segmentos que integraram a alta dos serviços foram alojamento e alimentação (8.831 vagas, 5,11%); transporte, armazenagem e correio (5.780 vagas, 3,34%); e artes, cultura, esporte e recreação (1.099, 0,63%). Outras atividades de serviços ainda somam 2.426 postos (1,40%).

CONSTRUÇÃO – Outra área com saldo positivo foi a de construção, com 10.653 vagas geradas, representando 6,17% do total. O vice-presidente de banco de dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Marcos Kahtalian, relata que o saldo positivo foi impulsionado pelo aquecimento do mercado imobiliário em 2021.

“O crédito imobiliário foi responsável pelo crescimento porque expandiu 46% em relação a 2020. Isso gerou impulso na contratação de mão de obra, e é um número bem expressivo porque estamos falando de carteira assinada, um emprego de qualidade”, ressaltou.

Para Kahtalian, o setor impacta todo o Estado, já que a atividade não está concentrada apenas em grandes cidades. “A construção está espalhada por muitos municípios, movimentando uma cadeia que envolve pequenos fornecedores, loja de material, pequenos serviços da construção civil, dinamiza muito a economia”, disse.

De acordo com o especialista, uma série de empregos são gerados por consequência dos avanços na construção, em áreas como o mercado imobiliário, setor moveleiro, decoração, arquitetura, mudanças, transporte, entre outros.

CENÁRIO NACIONAL – No Brasil, o setor de serviços liderou a criação de empregos no acumulado de janeiro a dezembro, com 1.226.026 de vagas: a área é responsável por 44,89% do saldo nacional de 2.730.597 postos. O comércio veio em segundo lugar, com 643.754 vagas (23,57%), seguido pela indústria, com 475.141 (17,40%), construção, com 244.755 (8,96%), e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com 140.927(5,13%).

Fonte: AEN

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