Coopera Paraná beneficiará ApiOeste; Associação atende produtores de Toledo e região

Dados mostram que a região Oeste do Paraná é considerada a segunda maior produtora de mel no Estado. A concentração de apicultores é elevada nesta região, já que a indicação geográfica mostra que o mel produzido é diferenciado. Para isso, novos investimentos serão realizados na Associação de Apicultores do Oeste do Paraná (ApiOeste), que atende em média 80 apicultores de toda a região, como Toledo, Marechal Cândido Rondon, Santa Helena e Guaíra. Um Termo de Cooperação foi firmado entre a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e a Associação neste mês.

O Plano de Trabalho do Termo de Fomento entre a Seab e organizações para apoio ao projeto de negócio sustentável consiste em melhorias na produção apícola e no beneficiamento de seus produtos, por meio de atividades associativistas, como estratégias comerciais, facilitadoras para a apicultura familiar, socialmente justa e ambientalmente sustentável.

O projeto pretende fomentar a cadeia produtiva do mel e agregar valor ao produto, permitindo a abertura de novos canais de comercialização e o incremento de renda dos agricultores familiares associados.

De acordo com o chefe do Núcleo Regional da Seab em Toledo, Paulo Salesse, o Termo de Cooperação firmado faz parte do Programa Coopera Paraná, que tem como propósito auxiliar as pequenas cooperativas e associações. “São ações voltadas para a agricultura familiar”.

Na região Oeste, em 2019, foram beneficiadas seis cooperativas e associações. Em 2021, o Programa já firmou convênio com quatro cooperativas e associações e ainda tem mais três aguardando a formalização do Termo de Fomento.

Salesse explica que as grandes cooperativas do Brasil foram assistidas pelo governo ao longo de suas histórias. “Os programas auxiliaram as entidades e elas conseguiram se desenvolver. Isso demonstra o fortalecimento do vínculo do agricultor familiar com a sua Associação ou Cooperativa”.

O Programa Coopera Paraná ainda visa a segurança alimentar dos alimentos que vão do agricultor familiar diretamente para a mesa do consumidor. “Também temos como objetivos atender as demandas dos governos, sejam para o abastecimento da merenda escolar, entre outros benefícios”, destaca Salesse.

BENEFÍCIOS – O coordenador da Mesorregião Oeste do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR/PR), Ivan Decker Raupp, menciona que o órgão prestou assessoria desde o começo da ApiOeste. “Um extensionista colaborou na elaboração dos projetos técnicos para acessar os recursos financeiros, o qual deve permitir a modernização do local, o melhor processamento e organização dos apicultores associados a ApiOeste, distribuídos na região”.

Entre as diversas melhorias, o Plano prevê mudanças na Unidade de Beneficiamento de Mel (UBM) e da área administrativa da Associação, aquisição de materiais e a contratação de serviços de pintura, contratação de empresas para implantação de softwares de gestão, a aquisição máquinas e equipamentos industriais, aparelho de mediação e mobiliários.

A Associação atende apicultores associados, além dos não sócios, que adquirem alguns produtos apícolas comercializados pela ApiOeste, com preços diferenciados. Conforme o Plano, embora se faça prestação de serviço para os produtores, são beneficiados aqueles que estão devidamente cadastrados na Associação. Eles também são orientados a providenciar bloco do produtor junto à Secretaria de Agricultura do seu município.

Além disso, alguns apicultores realizam o beneficiamento na Unidade da ApiOeste, pois eles não possuem condições de fazê-lo adequadamente em suas propriedades. O secretário da Associação da atual diretoria, Ângelo Carlos da Silva, explica, que existe uma deficiência de decantadores e outros equipamentos que possam dar suporte a mais produtores, agilizando o processo e possibilitando a obtenção de mel com maior qualidade e em maior quantidade.

Ele salienta que com o Convênio existe a possibilidade de proporcionar ao apicultor a facilidade de buscar e levar suas melgueiras, da propriedade para o beneficiamento na Unidade da Associação, fazendo uso de veículo utilitário que está sendo adquirido pela Apioeste, aumentando gradativamente o número de pequenos apicultores utilizando esta estrutura.

PRODUTO – O Plano também prevê que o mel seja envasado em embalagens de 500 gramas, de boca larga, que podem alcançar valores de R$ 15,00, agregando valor ao produtor, além de serem mais indicadas por não serem reutilizadas e por permitirem que o mel seja retirado com maior facilidade em caso de cristalização, sem que seja necessário o seu aquecimento.

Ângelo pontua que também serão utilizados frasco/bisnagas para o envase, o qual será realizado na unidade, com rotulagem e especificações adequadas do produto, conforme recomendações da Instrução Normativa do Mapa e utilizando a liberação fornecida pelo SIF à Unidade da Associação, melhorando a apresentação do produto para comercialização.

Com a reestruturação e a informatização organizacional, a Unidade terá capacidade para atender 35 pequenos produtores, sendo beneficiados 63.000 kg/ano, otimizando a utilização de estrutura já existente na OSC, com registro no Mapa.

EQUIPAMENTOS – Com relação aos equipamentos, todos os processos são manuais, desde a desoperculação até o transporte do mel para o decantador. Ângelo menciona que a utilização de uma máquina desoperculadora elétrica e o transporte mecânico do mel, com o auxílio de bomba elétrica, proporcionariam mais agilidade ao processo e menor contato manual com o produto, minimizando a contaminação por microorganismos.

O Plano ainda prevê a importação e operacionalização das ações propostas no projeto. Primeiramente serão realizadas as adequações do layout da Unidade, como instalações elétricas, hidráulicas e de ar-condicionado, prevendo as instalações de futuros equipamentos.

Ele menciona que também será possível realizar a divulgação da Associação e de seus produtos por meios virtuais, como páginas do facebook e instagram, bem como site E-commerce Personalizado da Associação, “permitindo que os apicultores ofereçam seus produtos aos consumidores, eletronicamente, sem barreira de tempo e distância”.

Além disso, a possibilidade de abertura de mercado virtual permitirá um maior e melhor escoamento destes produtos, com um alcance muito maior e agregando-lhes valor.

Com as medidas propostas, pretende-se que a OSC tenha um aumento gradativo no número de associados usando a Unidade de Beneficiamento de Mel (UBM), espera-se até 35 associados (82%) utilizando as instalações já existentes na Associação.

De acordo com o Plano, além do benefício social direto aos apicultores, associados ou não, que as ações propostas poderão proporcionar, haverá o benefício indireto na produção de alimento seguro e com tradição de origem, como foi comprovado pela obtenção do direito à utilização do Selo de indicação de Procedência, fornecido em 2017, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), denominada Mel Oeste.

Da Redação

TOLEDO

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